Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres disse que a minuta golpista encontrada em seu apartamento pela Polícia Federal era um documento "fantasioso" e uma "aberração" sem "validade jurídica".
"Durante uma operação de busca e apreensão em minha casa, a polícia encontrou um texto apócrifo, sem data, uma fantasiosa minuta, que vai para a coleção de absurdos que constantemente chegam aos detentores de cargos públicos. Vários documentos vinham de diversas fontes para que fossem submetidas ao ministro", afirmou Torres na manhã desta terça-feira (8).
Na ocasião, o ex-ministro também falou sobre os bloqueios nas estradas no segundo turno das eleições de 2022 pelos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). "Não houve interferência do Ministério da Justiça no planejamento operacional da PRF e que a informação recebida do diretor-geral era a de que o planejamento do segundo turno tinha sido semelhante ao do primeiro turno e foi executado sem alterações".
Além disso, Torres também comentou sobre a tentativa de invasão à sede da Polícia Federal, em 12 de dezembro do ano passado, e disse ter agido rapidamente ao ficar sabendo do ataque. "A responsabilidade para reprimir tais atos era exclusiva da Secretaria de Segurança Pública de Brasília. Isso não é atribuição do Ministério da Justiça. Entretanto, quando fui informado da tentativa de invasão da sede da Polícia Federal, imediatamente entrei em contato com o diretor-geral que me informou ter acionado o grupo especial da PF para conter a crise e defender o prédio".
Minuta do golpe
A minuta foi encontrada na casa de Torres durante uma operação de busca e apreensão, já que o ex-ministro é investigado por suposta omissão na segurança do Distrito Federal no dia 8 de janeiro, durante os ataques aos prédios dos Três Poderes, em Brasília.
Em depoimento prestado à Polícia Federal, Torres relatou que a minuta foi entregue por uma pessoa que ele não conhece e que não possui qualquer importância. O ex-ministro explicou que o papel estava em sua casa e seria triturado, o que foi repetido por ele hoje durante a oitiva.