Presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG)
Roque de Sá/Agência Senado - 02.08.2023
Presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG)

Nesta segunda-feira (7), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), criticou a  fala do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que defendeu maior protagonismo político das regiões Sul e Sudeste.  O senador disse que o estado "não cultiva a cultura da exclusão" e fez uma menção ao ex-presidente Juscelino Kubitschek, que também era mineiro, afirmando ser exemplo de união no país.

"Não cultivamos em Minas a cultura da exclusão. JK, o mais ilustre dos mineiros, ao interiorizar e integrar o Brasil, promoveu a lógica da união nacional. Fiquemos com seu exemplo", escreveu Pacheco nas redes sociais.

"Ao valoroso povo do Norte e Nordeste, dedico meu apreço e respeito. Somos um só país", acrescentou.

Em entrevista ao jornal  O Estado de S.Paulo publicada nesse sábado (5),  Zema propôs a criação de ações de um consórcio de estados do Sul e Sudeste para se defender no Congresso Nacional de perdas econômicas diante do Norte e do Nordeste.

"Então Sul e Sudeste vão continuar com a arrecadação muito maior do que recebem de volta? Isso não pode ser intensificado, ano a ano, década a década. Se não você vai cair naquela história, do produtor rural que começa só a dar um tratamento bom para as vaquinhas que produzem pouco e deixa de lado as que estão produzindo muito. Daqui a pouco as que produzem muito vão começar a reclamar o mesmo tratamento. É preciso tratar a todos da mesma forma", disse o governador.

O objetivo seria integrar os estados do Sul e Sudeste do país politicamente, coordenando a atuação política em um bloco organizado que busca angariar recursos e apoio para temas importantes para a região.

Zema ainda citou que nas duas regiões “temos 256 deputados – metade da Câmara – 70% da economia e 56% da população do País".

"Não é pouco, nê? Já decidimos que, além do protagonismo econômico que temos nós queremos — que é o que nunca tivemos — que é protagonismo político. As decisões têm que escutar ambos os lados e o Cosud vai fazer esse papel porque ninguém pode ignorar o peso de expressivo de 256 deputados na Câmara.”

Repercussão

As declarações, no entanto, repercutiram de formas diferentes entre outros governadores e autoridades.

ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, por exemplo, afirmou que "é absurdo que a extrema-direita esteja fomentando divisões regionais".

"Precisamos do Brasil unido e forte. Está na Constituição, no art 19, que é proibido 'criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si'. Traidor da Constituição é traidor da Pátria, disse Ulysses Guimarães", escreveu o ministro nas redes sociais.

Já o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB-RS), defendeu Zema. "A união deles [Norte e Nordeste] em torno de pautas de seus interesses serviu de inspiração para que, finalmente, possamos fazer o mesmo, nos unirmos em torno do que é pauta comum e importante aos Estados do Sul e Sudeste", disse.

Após a repercussão, Zema afirmou que "a união do Sul e Sudeste jamais será pra diminuir outras regiões. Não é ser contra ninguém, e sim a favor de somar esforços".

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