Exército diz que não orientou formalmente Cid a depor fardado

Ministério Público Militar havia dado um prazo de 10 dias para o Exército explicar a orientação

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Mauro Cid em depoimento na CPMI dos Atos Golpistas

O Comando do Exército informou que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de  Jair Bolsonaro (PL), não recebeu nenhuma “orientação formal” para depor fardado na  CPMI dos Atos Golpistas. O Exército disse, em comunicado feito em ofício enviado ao Ministério Público Militar (MPM), que Cid foi fardado porque trataria de assuntos referentes ao cargo de natureza militar.

A informação foi dada pelo comando do Exército, nessa quinta-feira (27), ao procurador-geral da Justiça Militar, Clauro Roberto de Bortolli. O MPM havia pedido esclarecimentos depois de uma provocação da deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP). 

"O comparecimento do militar fardado, em seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI8), deu-se em razão de o mesmo ser militar da ativa e ter sido convocado para tratar de temas referentes à função de Ajudante de Ordens da Presidência da República, cargo de natureza militar, para o qual fora designado pela Força", diz o comunicado. 


Durante a sabatina na CPMI, Mauro Cid permaneceu calado, sob autorização concedida pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, para evitar a produção de provas contra si. No entanto, Cid permaneceu em silêncio em perguntas que não poderiam incriminá-lo, como o esclarecimento sobre sua própria idade, solicitado pela deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

A CPMI abriu um processo contra Cid, argumentando que houve crime de obstrução ao funcionamento regular do colegiado ao utilizar excessivamente o direito ao silêncio. Sua defesa pediu o arquivamento da ação.