Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal
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Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ironizou o ex-deputado federal Daltan Dallagnol (Podemos-PR) após o procurador afirmar ter recebido uma “chuva de Pix” depois de sua cassação. Para Mendes, o ex-parlamentar “pode fundar uma igreja” com o dinheiro recebido.

Em junho, Dallagnol publicou um vídeo em suas redes sociais em que agradece os valores e diz que a solidariedade foi praticada por “agentes de Deus”. Na época, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já havia decidido pela cassação do mandato do parlamentar. 

Mendes afirmou que Dallagnol está em contato com a espiritualidade do dinheiro, em referência ao pedido de transferência. A declaração foi dada durante um evento do grupo Prerrogativas em homenagem ao ex-ministro do STF Sepúlveda Pertence.

"É o novo contato com a espiritualidade, a espiritualidade do dinheiro", disse Gilmar Mendes.

O ministro aproveitou o evento para tecer críticas ao modelo de investigação da Lava Jato, o que classificou como “modelo Moro-Dallagnol”. Segundo o Mendes, a modalidade deve ser evitada pelo Judiciário para evitar escândalos.

“O que eu diria para as novas gerações? Mirem naquilo que não deu certo. O modelo Moro-Dallagnol deu errado. Vamos salvar o Judiciário desse grande escândalo. Não acreditem que são o quarto poder, porque não são”, declarou.

O decano da Suprema Corte ainda criticou a decisão unilateral da 13ª Vara Federal de Curitiba sobre o fundo de R$ 5 bilhões apreendidos na Operação Lava Jato.

“Se alguém depositasse um dinheiro em uma vara, ou tivesse a conta do meu gabinete, eu diria 'não é meu, não posso destiná-lo'. No limite, isso tem que ir para o cofre do tesouro. Veja, a que ponto chegamos de degenerescência”, afirmou.

Deltan Dallagnol e o senador Sérgio Moro não comentaram as declarações de Gilmar Mendes.

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