O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) descartou nesta quinta-feira (13) entregar o Ministério do Desenvolvimento Social para partidos do Centrão e reafirmou sua confiança no ministro Wellington Dias. Lula disse que o ministério é indicação dele e que Dias não deixará o cargo.
O petista tem sido pressionado por partidos do Centrão para ceder a pasta em troca de apoio político na Câmara dos Deputados. O favorito para a pasta é o deputado André Fufuca (Progressistas-MA), um dos aliados mais próximos do presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL).
“Esse ministério, é um ministério meu. Esse ministério não sai. A Saúde não sai. Não é o partido que quer vir para o governo que pede ministério. É o governo que oferece o ministério. É só fazer uma inversão de valores. No momento certo nós vamos conversar. Da forma mais tranquila possível, não quero conversa escondida, não quero conversa secreta”, disse Lula, em entrevista para a Record TV.
A pasta tem orçamento de R$ 273 milhões e tem o Bolsa Família como carro-chefe. Na avaliação da cúpula petista, a entrega do ministério ao Centrão poderia enfraquecer o programa, que é uma das principais bandeiras de Lula.
O petista afirmou que retomará as negociações com os partidos do Centrão na retomada dos trabalhos legislativos, previsto para o dia 1º de agosto. Ele deverá se reunir com líderes partidários da Câmara e do Senado, além de presidentes das legendas.
“Na hora que voltar o Congresso Nacional, que eu for juntar os líderes dos partidos, toda imprensa vai ficar sabendo o que eu conversei com cada um. Com quem foi ofertado para participação do governo e o que governo quer estabelecer de relação com o Congresso até o final do mandato”,
“As pessoas vão perceber que quando eu fizer as mudanças que vou ter que fazer, com os acordos que eu puder fazer, com os partidos políticos, todo mundo vai saber”,
Além do Progressistas, Lula mira a entrada do Republicanos no governo. Ambos os partidos faziam parte da base do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e podem dar maior folga em votações importantes do grupo petista.
MDB e PSD também miram as mudanças para continuarem embarcados no Palácio do Planalto. O União Brasil, favorecido pela troca no Ministério do Turismo, também poderá ser beneficiado.