CPI do Ato Golpista: Coronel Lawand é denunciado por falso testemunho

Coronel Lawand foi acusado por membros da CPI do Ato Golpista

Foto: Reprodução / TV Senado - 27.06.2023
Coronel do Exército Jean Lawand Júnior durante oitiva da CPMI do 8 de Janeiro


Doze membros da CPI dos Atos Golpistas apresentaram ao Ministério Público Federal uma notícia-crime contra o coronel do Exército Jean Lawand. Os integrantes do colegiado acusam o militar por crime de falso testemunho no depoimento realizado na terça-feira (27) à comissão.

O coronel foi convocado para depor após a divulgação de mensagens com conotação golpista que estavam no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-braço-direito do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ).

No ano passado, Lawand enviou mensagens a Cid incentivando um golpe de Estado para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não conseguisse tomar posse no dia 1° de janeiro. Em um dos áudios, o coronel disse para Mauro que Bolsonaro tinha que mandar o Exército tomar alguma providência.

“Cidão, pelo amor de Deus, cara. Ele dê a ordem, que o povo tá com ele, cara”, falou Lawand. “Mas o Pr (Presidente da República) não pode dar uma ordem... se ele não confia no ACe (Alto Comando do Exército)”, respondeu Cid.

Ao prestar depoimento à CPI, o coronel declarou que seu objetivo era que Bolsonaro encontrasse caminhos para “apaziguar” os atos golpistas.

“A ideia minha, desde o começo, desde a primeira mensagem com o Tenente-Coronel Cid foi que desse... que viesse alguma manifestação para poder apaziguar aquilo e as pessoas voltarem às suas casas e seguirem a vida normal”, declarou.

Membros da CPI não acreditaram

Para 12 integrantes da CPI, a fala do coronel é mentirosa. Na notícia-crime, eles argumentam que o áudio evidencia que o pedido de Lawand a Bolsonaro foi para que ocorresse uma “ordem”.

"Por essa resposta, estava falando de uma ordem dirigida ao Alto Comando, não uma mensagem dirigida ao povo. E não era de uma ordem qualquer, era uma ordem que o Alto Comando não cumpriria", diz o documento.

A notícia-crime foi assassinada pelos deputados Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Duarte Júnior (PSB-MA), Rogerio Correia (PT-MG), Duda Salabert (PDT-MG), Rubenes Pereira Junior (PT-MA), Erika Hilton (PSOL-SP) e Adriana Accorsi (PT-GO) e pelos senadores Fabiano Contarato (PT-ES), Jorge Kajuru (PSB-GO), Rogerio Carvalho (PT-SE) e Soraya Thronicke (União-MS).


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