O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), recebeu críticas de aliados por seguir acenando apenas para o Sul e Sudeste. O empresário é cogitado para ser o candidato do bolsonarismo à Presidência em 2026, mas declarações do mineiro o enfraquecem, segundo pessoas próximas.
Nas últimas semanas, Zema foi acusado de xenofobia. “São estados onde, diferente da grande maioria, há uma proporção muito maior de pessoas trabalhando do que vivendo de auxílio emergencial. Onde há setor produtivo muito mais dinâmico. Então, com toda certeza, boa parte da solução do Brasil passa por esses sete estados”, falou no 8° encontro do Consórcio Sul e Sudeste, em Belo Horizonte.
O discurso irritou políticos do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Com a repercussão negativa, o governador se desculpou. “Ontem, talvez por uma questão de não usar as palavras mais adequadas, eu fui mal interpretado. Porque quem conhece o brasileiro, sabe: o que ele quer é um trabalho digno. Ele recebe o auxílio porque não está tendo opção. E nós, governadores aqui do Sul e Sudeste, priorizamos a geração de empregos”.
Após a poeira diminuir, Zema voltou a acenar para os eleitores do Sul e Sudeste. “Eu tenho dito que nós governadores do Sul e do Sudeste agora temos trabalhado unidos e representamos mais de 55% dos brasileiros. E, se possível, nós queremos nos unir em torno de um nome [para as eleições de 2026]. Porque Sul e Sudeste precisam e têm condição de levar adiante um bom projeto Brasil. Somos os estados que talvez representem um Brasil que está desenvolvendo mais. Precisamos ter mais força política”, relatou em entrevista à imprensa em Curitiba.
O posicionamento não foi bem recebido por aliados. Na avaliação do seu grupo, Zema não conseguirá conquistar mais eleitores do que a direita já tem no Sul e Sudeste, mas pode perder apoiadores no Centro-Oeste, Norte e, principalmente, no Nordeste.
A avaliação é que, se o governador mineiro não calibrar o discurso, será “atropelado” por Tarcísio de Freitas e não terá o apoio de Bolsonaro na eleição de 2026.
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