O escritório do advogado Cristiano Zanin, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), recebeu R$ 1,2 milhão da campanha do mandatário quando ele ainda concorria à presidência.
A empresa que recebeu o valor tem o nome de Zanin Martins advogados e é uma sociedade entre o indicado pelo petista ao Supremo e a esposa dele, a também advogada Valeska Teixeira Martins.
A quantia repassada ao escritório é indicada na prestação de contas que os políticos que concorriam às eleições de outubro do ano passado deviam fazer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O valor foi retirado do fundo eleitoral, que arca com os custos das campanhas, e foi enviado em 16 de agosto de 2022. O tipo de despesa é descrito nos registros como "serviços advocatícios", ficando em 18º lugar entre as maiores despesas da campanha de Lula à chefia do Executivo Federal.
O petista teve outros gastos com advogados. Além de Zanin, a campanha do presidente contratou o escritório que tem como sócio o ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão, o Aragão & Ferraro Advogados. O estabelecimento também recebeu a quantia de R$ 1,2 milhão, sendo pago na mesma data.
Um terceiro escritório advocatício foi contratado, o Araujo, Recchia, Santos Sociedade de Advogadas, que recebeu R$ 500 mil em 10 de agosto do ano passado.
As contas prestadas pela campanha de Lula foram aprovadas pelo TSE em dezembro de 2022.
Indicado ao STF
A indicação de Cristiano Zanin ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) foi publicada nessa quinta-feira (1) no Diário Oficial da União. O advogado foi indicado ao cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O petista disse acreditar que Cristiano Zanin será um excepcional ministro no STF. Lula ainda exaltou o trabalho do advogado em sua defesa durante a Operação Lava Jato.
"Eu acho que todo mundo esperava que eu fosse indicar o Zanin, não só pelo papel que ele teve na minha defesa, mas simplesmente porque eu acho que o Zanin se transformará num grande ministro da Suprema Corte desse país", declarou.
A escolha do mandatário acontece após 51 dias da aposentadoria do ex-ministro Ricardo Lewandowski.
O nome de Zanin será levado ao Senado para aprovação. Ele precisa ter o voto de 41 senadores para trabalhar na Corte até 15 de novembro de 2050, quando completará 75 anos.
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