Guerra na Ucrânia: Lula diz que Brasil quer se manter neutro

Presidente brasileiro disse que países envolvidos no conflito precisam tomar decisão sobre busca pela paz

Lua afirmou que Brasil quer se manter neutro em relação á guerra na Ucrânia
Foto: Ricardo Stuckert/PR
Lua afirmou que Brasil quer se manter neutro em relação á guerra na Ucrânia


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)  afirmou, nesta quinta-feira (1º), que o Brasil faz parte de um grupo de países que quer “se manter neutro” para negociar o fim do conflito entre Ucrânia e Rússia.

"Não acontecerá nada enquanto Ucrânia e Rússia não tomarem a decisão de que querem a paz. Portanto, o Brasil faz parte de um grupo de países que querem se manter neutros para construir a possibilidade do fim da guerra", disse Lula, após encontro com o presidente da Finlândia, Sauli Niinistö, no Palácio Itamaraty, em Brasília.

“Estamos tentando formular a oportunidade, quando convier aos dois presidentes, da Rússia e da Ucrânia, de colocar uma proposta de paz na mesa que tem que ser combinada com os dois”, destacou.


Lula reiterou a posição do Brasil de defesa da integridade territorial da Ucrânia e de condenação da invasão. O presidente finlandês disse que tem a mesma opinião sobre o conflito e que toda tentativa pela paz é muito valiosa.

Niinistö chegou nesta quarta-feira (31) ao Brasil e, além de Brasília, manterá agenda em São Paulo, nesta sexta-feira (2), com foco na promoção comercial e de investimentos. Segundo ele, há várias possibilidade de cooperação econômica entre Brasil e Finlândia, citando comunicação cibernética e economia circular.

Durante declaração à imprensa, Lula destacou que a cooperação em ciência, tecnologia e inovação é de particular relevância nessa agenda bilateral.

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“A Rede de Inovação Brasil-Finlândia reúne pesquisadores e especialistas e fortalece vínculos entre a pesquisa básica e aplicada dos dois países. Maior colaboração em áreas como comunicações, segurança cibernética, tecnologia militar e transição ecológica certamente trará benefícios concretos. Queremos retomar o dinamismo do relacionamento, inclusive utilizando os cientistas brasileiros na Finlândia, em áreas como 5G e 6G e bioeconomia”, disse.

Lula citou ainda parcerias no setor de biocombustíveis, serviços aéreos e combate a mudanças climáticas. “Estou certo de que a delegação empresarial que acompanha o presidente Niinistö encontrará excelentes oportunidades de negócios e investimentos no Brasil”, disse. “Em 2022, alcançamos um intercâmbio comercial de US$ 1,8 bilhão. É possível ir ainda muito além disso”, acrescentou o presidente.

Brasil e Finlândia estabeleceram relações diplomáticas em 1929. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, a agenda bilateral é “marcadamente positiva” e existe interesse mútuo em expandir a cooperação em áreas estratégicas. Após a visita da presidenta Dilma Rousseff à Finlândia, em 2015, o presidente Niinistö esteve no Rio de Janeiro, nas Olimpíadas de 2016.

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