Gabriela Hardt se candidata à remoção para deixar Operação Lava Jato

Recentemente a juíza pediu remoção para o estado de Santa Catarina

Gabriela Hardt da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba
Foto: Reprodução
Gabriela Hardt da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região informou nesta sexta-feira (26) que a juíza Gabriela Hardt , substituta de Eduardo Appio na 13ª Vara Federal de Curitiba , pede remoção do cargo na Operação Lava Jato

O trâmite da saída de Hardt deve ter continuidade até segunda-feira (29) e ela também pode desistir até a data. Na sequência, o processo será enviado para o Conselho de Administração para a confirmação da saída da magistrada e outro nome ser indicado a vaga.

O TRF-4 não divulgou para onde a juíza vai ao deixar a Lava Jato. Recentemente, ela pediu remoção para o estado de Santa Catarina e disse estar interessada em varas de Florianópolis e em Itajaí.

Hardt foi a responsável por condenar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2019 no caso do sítio de Atibaia. A ação foi anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após a Corte apontar parcialidade de Moro nas ações contra Lula.

Afastamento de Eduardo Appio

O juiz Eduardo Appio, de 53 anos, era o magistrado responsável pela 13ª Vara Federal de Curitiba, no Paraná, posição ocupada anteriormente pelo hoje senador Sérgio Moro (União Brasil-PR).

O magistrado foi afastado após uma decisão cautelar do Tribunal Regional Federal da 4ª Região , que investiga a conduta de Appio como juiz. Ainda, ele é  acusado de ter ameaçado o filho do desembargador federal Marcelo Malucelli.

O desembargador federal Marcelo Malucelli fez uma denúncia contra Eduardo Appio alegando que ele ameaçava João Eduardo Barreto Malucelli por telefone.

De acordo com a denúncia, a ligação aconteceu de um número não identificado e a pessoa se apresentou como Fernando Gonçalves Pinheiro, um suposto servidor do setor de saúde da Justiça Federal. Só que não há nenhum funcionário com esse nome atuando no local.

O Conselho do TRF-4 argumentou que há indícios de que Eduardo Appio tenha sido o responsável por ligar para o filho de Marcelo. Por isso ficou decidido que o juiz fique afastado.

A partir de agora, o agora antigo titular da Lava Jato terá 15 dias para apresentar a defesa. Pessoas próximas de Appio apostam que o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) derrubará a decisão.

Appio é conhecido por ser contrário aos métodos de trabalho adotados por Sergio Moro, antigo responsável pela operação. Ele chegou a assumir nesta segunda, em entrevista ao Estúdio i, programa da GloboNews, que foi contrário a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Alguns anos atrás, quando o presidente Lula ainda estava preso, a minha sigla de acesso ao sistema da Justiça Federal era 'LUL22'. Na época eu trabalhava com matéria previdenciária e esse foi um protesto isolado, individual, contra uma prisão que eu reputava ilegal. E depois, de fato, o STF [Supremo Tribunal Federal] considerou a prisão ilegal", explicou.

Eduardo Appio disse que o protesto foi isolado e individual. “Acho que o atual presidente Lula é uma figura histórica muito importante para o país. Erros e acertos [de Lula] vão ser julgados pela Justiça", completou.

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