O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou que tenha ordenado a inserção de informações falsas no seu cartão de vacinação no ConecteSUS e relatou que não teve conhecimento da ação. Em depoimento prestado à Polícia Federal nesta terça-feira (16), o mandatário relatou que não teria motivo para fraudar os dados.
Bolsonaro foi ouvido pela PF no inquérito que apura um possível esquema de adulteração de cartões de vacinação. O objetivo do grupo era permitir que o ex-presidente, a filha dele, Laura Bolsonaro, a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, o ex-ajudante Mauro Cid e outros funcionários pudessem viajar para outros países, como os Estados Unidos.
A Polícia Federal indagou o ex-presidente sobre cada pessoa que está sendo investigada no caso. Os investigadores queriam saber qual a relação do antigo mandatário do país com todos os possíveis envolvidos no suposto esquema.
Ele também foi perguntado se soube da possível fraude nos cartões de vacinação e se a ordem partiu dele. Porém, o ex-presidente negou.
Bolsonaro ainda jogou a responsabilidade do suposto esquema fraudulento nos seus auxiliares, mas não os culpou diretamente.
O depoimento começou por volta das 14h e terminou antes das 18h. Ele deixou o prédio da PF ao lado dos advogados Fábio Wajngarten, Paulo Cunha Bueno e Daniel Tesser. Nenhum deles falou com a imprensa.
Entenda o caso
A Polícia Federal realizou uma operação contra suspeitos de fraudar os cartões de vacinação de Bolsonaro no último dia 3 de maio. Seis pessoas foram presas, inclusive o ex-ajudante de ordens do ex-presidente, Mauro Cid.
Os investigadores suspeitam que a falsificação foi motivada pela necessidade do comprovante de vacinação contra a Covid-19 para entrar nos Estados Unidos, onde Bolsonaro ficou entre os últimos dias de dezembro e o fim de março.
Na ocasião, ele negou a participação no esquema e confirmou que não tomou o imunizante contra a Covid-19.
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