O ex-militar Ailton Barros (PL-RJ), preso durante a Operação Venire, da Polícia Federal , afirmou que não tem informações sobre a autoria das mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gome s, ocorridas em março de 2018. A declaração foi dada aos investigadores em depoimento informal.
Segundo a PF, ele prestará depoimento formal sobre o caso Marielle, mas a data ainda é incerta. A decisão veio após Barros enviar mensagens de áudio ao tenente-coronel Mauro Cid, dizendo que tem conhecimento sobre quem foi o mandante da morte da vereadora carioca .
A Polícia Federal confirmou que a troca de mensagens aconteceu no final de novembro de 2021. Os áudios foram transcritos e entregues para o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. “Eu sei dessa história da Marielle, toda irmão, sei quem mandou. Sei a p*** toda. Entendeu? Está de bucha nessa parada aí”, disse Barros na mensagem captada.
Com isso, o conteúdo das mensagens foram encaminhados à PF do Rio de Janeiro, responsável pela investigação da morte da vereadora em 2018. O caso tomou prioridade após um pedido do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.
Operação Venire
No dia 3 de maio, a Polícia Federal cumpriu 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, no Rio de Janeiro e em Brasília . Todas as prisões já foram realizadas até as 7h.
Entre os alvos de prisão está o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de Bolsonaro , o policial militar Max Guilherme, o militar do Exército Sérgio Cordeiro, seguranças próximos do ex-presidente, o sargento do Exército Luís Marcos dos Reis, assessor de Bolsonaro, o ex-major do Exército Ailton Gonçalves Barros e o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha.
Segundo a corporação, Ailton ele teria cadastrado duas doses da Pfizer, dos lotes do Rio de Janeiro, no nome Gabriela Santiago Ribeiro Cid, mulher do ex-ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid.
Depois, o ex-militar teria pedido ajuda de Cid para resolver um problema no visto para os Estados Unidos do ex-vereador Marcello Siciliano, que já foi investigado pelo caso Marielle.
O objetivo da operação é investigar um grupo que teria fraudado vacinação contra a Covid-19 no Ministério da Saúde entre novembro de 2021 e dezembro de 2022.
"Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de Covid", afirma a Polícia Federal.
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