O ex-chanceler e assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Celso Amorim , irá se encontrar com Volodymyr Zelensky na capital da Ucrânia , Kiev, nesta quarta-feira (10). O chefe do Executivo o escalou para representá-lo no acordo de paz entre russos e ucranianos.
Amorim também já visitou a capital da Rússia , Moscou, e se reuniu com o presidente Vladimir Putin , no Kremlin no começo de abril.
Na Ucrânia, o assessor tem como missão de minimizar as recentes declarações do petista sobre a guerra e mostrar que o presidente brasileiro discorda da invasão russa no território da Ucrânia. As falas de Lula provocaram reações negativas na comunidade internacional.
Ontem (9), o presidente Lula comentou sobre a chegada de Amorim na Ucrânia e o que espera da visita.
"Hoje [terça] o Celso Amorim chegou à Ucrânia. Ele já tinha ido à Rússia. Ele viajou 12 horas de trem para poder chegar à Ucrania. Eu espero que o Celso me traga não a solução, que ele me traga indícios de soluções para que a gente possa começar a conversar sobre paz. Ele já sabe o que o Putin quer, ele agora vai saber o que quer o Zelensky. Vamos ter instrumentos para conversar com outros países e construir, quem sabe, a possibilidade de pararmos essa guerra", afirmou o mandatário.
Falas polêmicas de Lula
Durante visita a Abu Dhabi em 16 de abril, Lula afirmou que a Ucrânia também teve culpa por ter gerado a guerra contra a Rússia. Ele ainda disse que os Estados Unidos precisam parar de incentivar a guerra , pois dessa maneira, poderá pensar em uma forma de se findar o conflito que já dura mais de um ano.
“Eu penso que a construção da guerra foi mais fácil do que será a saída da guerra, porque a decisão da guerra foi tomada por dois países”, afirmou Lula durante coletiva de imprensa durante viagem oficial à Abu Dhabi.
Quando estava em Pequim, em 15 de abril, Lula ainda pediu para que os Estados Unidos país pare de "incentivar a guerra e comece a falar em paz".
"Eu acho que a China tem um papel muito importante, possivelmente seja o papel mais importante (em relação à guerra entre Rússia e Ucrânia). Agora, outro país importante são os Estados Unidos. Ou seja, é preciso que os EUA parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz, para a gente convencer o Putin e o Zelenski de que a paz interessa a todo mundo. A guerra só está interessando, por enquanto, aos dois", apontou o presidente Brasileiro.
Dias depois, durante visita de Lula a Portugal, ele tentou apaziguar a situação que já estava mal vista internacionalmente. O mandatário afirmou que a Ucrânia é a grande vítima da guerra e contornou o comentário sobre a posição dos Estados Unidos.
“Nós nunca pedimos para que a Europa e os Estados Unidos tivessem outro comportamento. O que nós queremos é que eles também comecem a falar em paz”, afirmou.
“Se todo mundo se envolve diretamente na guerra, a pergunta que eu faço é a seguinte: quem é que vai conversar sobre paz? Quem é que vai conversar com os governos que estão em guerra para discutir a paz? Quem é que vai dar esse passo?”, acrescentou Lula.
Entre no canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o perfil geral do Portal iG.