Condução sobre a guerra na Ucrânia está errada, afirma Lula

Presidente brasileiro pediu que ONU discuta um tratado de paz

Lula se encontrou com o presidente da Espanha
Foto: Ricardo Stuckert
Lula se encontrou com o presidente da Espanha


Nesta quarta-feira (26), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a condenar a guerra entre Rússia e Ucrânia . Ele pediu para que a ONU (Organização das Nações Unidas) faça reuniões extraordinárias para que o tema seja debatido e reafirmou que o posicionamento do Brasil é em defesa da paz.

“Acho que a condução da discussão sobre a guerra está errada. A ONU que me perdoe, mas já podia ter convocado algumas sessões extraordinárias com todos os países-membros para discutir a guerra. Por que não fez isso?”, questionou o presidente brasileiro.

“Eu espero que a gente possa concluir essa paz, porque não interessa a guerra nem a Ucrânia, não deveria interessar a Rússia, não interessa a Europa e não interessa o Brasil. Quando eu me recusei a vender mísseis para a Alemanha, era porque eram para a Ucrânia, e eu disse ao meu amigo Schulz: ‘eu não vou vender’”, acrescentou.

“Se um russo for morto com um míssil desses, o Brasil entrou na guerra, e eu não quero que o Brasil entre na guerra. O Brasil quer entrar em uma zona de paz para tentar ajudar. É essa. a posição de uma vez, espero que fique definido de uma vez, porque em todo país me perguntam a mesma coisa”, declarou.

Lula também relatou que ucranianos e russos são os únicos que podem definir o melhor acordo. "Não cabe a mim decidir de quem é a Crimeia. Quando você se sentar em uma mesa de negociação, você pode discutir qualquer coisa, até a Crimeia. Mas não sou eu que vou discutir isso, quem vai discutir isso são os russos e os ucranianos. Não cabe a mim definir de quem é quem", explicou.

A fala ocorreu após Lula se encontrar com o presidente da Espanha, Pedro Sánchez. Os dois governantes conversaram sobre diversos temas sobre relações bilaterais e assinaram três acordos nesta manhã.

Não é a primeira vez que o chefe do Executivo federal condena a guerra na Ucrânia. Na China, ele afirmou que o conflito segue ocorrendo por responsabilidade dos ucranianos e russos, o que desagradou os Estados Unidos e a União Europeia.

Em Portugal, Lula declarou que não igualou a responsabilidade da Ucrânia e Rússia porque, na visão dele, a maior responsável pela guerra é o governo russo.

Lula na Espanha

Lula firmou três acordos com os espanhóis. Os tratados firmados foram nas áreas da educação, trabalho e ciência e tecnologia. Um projeto de pesquisa e inovação tecnológica entre empresas brasileiras e espanholas foi assinado, além da regulamentação para empresas de aplicativos. Na área educacional, foi acordado a intensificação de intercâmbio e o reconhecimento de estudos na educação superior entre os dois países.

O encontro com Sánchez e a cerimônia de acordos entre as duas nações foi o penúltimo compromisso de Lula na Espanha. O presidente brasileiro e a primeira-dama, Janja da Silva, ainda almoçarão com o Rei Felipe VI nesta terça-feira, no Palácio Real.

Logo depois, Lula e a comitiva embarcam de volta ao Brasil. Eles devem chegar na quarta-feira (27) às 22h30 em Brasília.


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