O PL indicou os deputados Eduardo Bolsonaro (SP), Alexandre Ramagem (RJ) e André Fernandes (CE) para representarem o partido na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de janeiro. A comissão deve ser instalada na próxima quarta-feira (26).
A indicação de Eduardo Bolsonaro é uma estratégia da legenda para representar o nome de Jair Bolsonaro (PL) na comissão. Na análise do partido, Bolsonaro será alvo e possivelmente um dos investigados pela base governista. Eduardo terá a missão de ‘limpar’ a imagem do bolsonarismo.
Já Alexandre Ramagem foi convocado por ser um nome técnico. Ele foi delegado da Polícia Federal e diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a gestão Bolsonaro.
Para a cúpula do PL, Ramagem pode apresentar uma defesa mais efusiva ao antigo governo, já que atuou no Palácio do Planalto.
O caso de André Fernandes é o mais complexo. Ele foi indicado por ser o autor do requerimento de CPMI, mas a base governista atua nos bastidores para tirá-lo da comissão.
A ala petista quer que Fernandes seja investigado por participar dos atos antidemocráticos. O parlamentar é alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o caso.
PL quer presidência
O PL e o PT devem protagonizar um embate para controlar a CPMI. Ambos os partidos querem a presidência e a relatoria da comissão.
O partido de Bolsonaro acredita que as imagens do Palácio do Planalto que colocam o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias como testemunha dos atos enfraquecem a cúpula petista. Para o PL, há uma necessidade de investigar uma possível participação do governo Lula nos atos.
Já o PT quer focar nos financiadores e a possível participação de membros do governo Bolsonaro nos atos antidemocráticos. A legenda terá apenas dois parlamentares na comissão, mas acredita que os blocões formados na Câmara dos Deputados e o forte apoio no Senado possa ajudar os petistas a assumirem o controle da comissão.