Ataques a autoridades: Suspeitos estudaram local de votação de Moro

Segundo investigadores, homem teria passado informações sobre localização de câmeras para que criminosos sequestrassem senador durante as eleições

Suspeitos estudaram local de votação de Sérgio Moro
Foto: Lula Marques/ Agência Brasil - 22/03/2023
Suspeitos estudaram local de votação de Sérgio Moro

Os suspeitos de arquitetarem o sequestro de autoridades estudaram locais de votação e repassaram informações para a quadrilha encontrar pontos acessíveis para o crime. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (23), após a Justiça Federal derrubar o sigilo do processo.

Segundo a juíza da 9ª Vara Federal de Curitiba, Gabriela Hardt, os criminosos estiveram no local de votação do senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) para verificar a disposição de câmeras de segurança, guarita no colégio e pontos cegos de fiscalização. Para Hardt, os suspeitos cogitaram em sequestrar Moro.

Os documentos mostram que o ex-juiz era tratado como ‘Tókio’. Os suspeitos ainda usavam o nome do time Flamengo para codinome de sequestro, de acordo com a CNN.

A juíza Gabriela Hardt, que substituiu Moro nos processos da Operação Lava Jato ainda pontou o uso de armamentos planejados pelos criminosos. Em outra mensagem, os suspeitos enviam uma lista de armamentos, valores para aluguel de carros e viagens. O total que seria gasto bateria a casa dos R$ 550 mil.

Entenda o caso

Na quarta-feira (23), a Polícia Federal prendeu nove suspeitos de arquitetarem sequestros e mortes de autoridades. Além de Moro, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o procurador Lincoln Gakiya, responsável por investigações contra o Primeiro Comando da Capital (PCC) há pelo menos 18 anos.

O deputado federal Coronel Telhada (PL-SP), o ex-secretário de Administração Penitenciária de São Paulo, Lourival Gomes, e o diretor de presídios do estado Roberto Medina também seriam alvos dos criminosos.

Segundo à PF, os ataques seriam uma resposta a decisão de Moro, quando era ministro da Justiça e Segurança Pública, em transferir o chefe do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, para um presídio federal. Na época, os suspeitos arquitetavam a fuga de Marcola do presídio de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo.

A Operação Sequaz, expediu 24 mandados de busca e apreensão e 11 de prisão nos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal. Sete mandados são de prisão preventiva (três em Sumaré), e quatro mandados de prisão temporária (entre eles, um no Guarujá e outro em Presidente Prudente).

Segundo a corporação, duas pessoas ainda continuam foragidas. Até a manhã de ontem, oito suspeitos tiveram os nomes divulgados:

  • Janeferson Aparecido Mariano;
  • Patrik Uelinton Salomão;
  • Valter Lima Nascimento;
  • Reginaldo Oliveira de Sousa;
  • Herick da Silva Soares;
  • Franklin da Silva Correa.
  • Sidney Rodrigo Aparecido Piovesan;
  • Claudinei Gomes Carias;

Entre os presos ontem está o Forjado (Patrik Uelinton Salomão), um dos líderes do PCC, que deixou a penitenciária federal de Brasília, em fevereiro do ano passado, após cumprir pena.  Segundo o MP-SP, ele está abaixo apenas da liderança máxima da organização. Foi condenado a um total de 15 anos e 10 meses de prisão e sairia apenas 14 de setembro deste ano, mas a pena foi reduzida.