Líder do PT não vê imoralidade em indicação política a ministérios

Zeca Dirceu explicou seu ponto de vista

Zeca Dirceu
Foto: Agência Câmara
Zeca Dirceu


O deputado federal Zeca Dirceu (PR), líder do PT na Câmara , afirmou nesta quinta-feira (9) que não há nenhum problema que políticos façam indicações ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para cargos em ministérios . Ele defendeu a coalizão entre os petistas com outros partidos.

“Não trataria apenas do União, a formação do governo ainda está em curso. Nos estados, não foi feita nenhuma nomeação para nenhum cargo de coordenação estadual ou regional, em nenhum ministério, estatal, e isso vai acontecer. É natural que seja feito construindo com os partidos, inclusive com o União Brasil”, afirmou em entrevista para o Portal UOL.

Logo no primeiro mês de governo, Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ), ministra do Turismo, foi acusada de ter elo de ligação com a milícia do Rio de Janeiro. Fotos dela ao lado de milicianos surgiram na imprensa. Ela explicou que as imagens foram feitas durante eventos de campanha e que não é possível controlar quem participa de comícios.

Outro problema ocorreu com Juscelino Filho, ministro das Comunicações. Ele foi acusado de usar avião da FAB e diárias de hotel para participar de evento particular. O chefe do ministério alegou que houve um erro no sistema e que o valor tinha sido devolvido aos cofres públicos.

Zeca Dirceu foi questionado sobre as duas polêmicas. Na avaliação dele, os ministros e secretários devem ser escolhidos por padrões éticos e de competências, tendo conhecimento e concordância com o plano de governo da atual gestão da União.

“Não podemos achar que é porque tem uma indicação política, isso é pejorativo, criminoso, imoral. Isso é criminalizar a política. Não pode parecer que é só aqui no governo federal que acontece isso”, opinou.

Líder do PT defende união

Zeca Dirceu também comentou que é fundamental que o governo dialogue com os partidos para poder ter composição na Câmara. Ele relatou que a gestão de Lula precisa consolidar sua base no Congresso para passar projetos.

“É muito cedo para fazer avaliação do União Brasil, até dos demais partidos que estão em ministérios e incorporando a base de apoio do governo. Com exceção da PEC [da Transição], não teve ainda outra votação polêmica. No momento em que isso acontecer, cada um dos partidos vão ter que ajustar sua relação a partir dos votos que foram ou não entregues”, concluiu.


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