O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) saiu em defesa dos criminosos que participaram do ato terrorista do dia 8 de janeiro em Brasília . O antigo governante do Brasil detonou a prisão e afirmou que os golpistas que invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes foram “tratados como terroristas”.
“Nós temos agora, vai completar dois meses, 900 pessoas presas, tratadas como terroristas. Que não foi encontrado, quando foram presas, um canivete sequer com elas. E estão presas, chefes de famílias, senhoras, mães, avós presas”, disse Bolsonaro ao comentar o episódio.
A declaração do ex-presidente aconteceu em um evento promovido nos Estados Unidos. Ele foi para o país norte-americano no dia 30 de dezembro, antes do fim do mandato e segue por lá. A decisão de deixar o Brasil ocorreu para não ter que participar da cerimônia de posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Bolsonaro disse que não concorda com o ataque no Distrito Federal promovido pelos seus apoiadores, no entanto, sem apresentar nenhuma prova, afirmou que a maioria das pessoas presas não esteve na praça dos Três Poderes no dia em que ocorreu o ato terrorista.
Na avaliação dele, a decisão da Justiça de prender os acusados representa uma “insegurança para nós”. Ele não demonstrou qualquer apoio a democracia brasileira, aos ministros do Supremo, aos parlamentares federais e ao presidente da República Lula.
Ato terrorista de 8 de janeiro
Os prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidos por bolsonaristas na tarde de 8 de janeiro. Eles protestam contra a vitória de Lula e o uso das urnas eletrônicas.
No dia anterior, caravanas de bolsonaristas chegaram à Brasília para o ato. O ministro da Justiça, Flávio Dino, chegou a solicitar o uso da Força Nacional para manter a segurança da Praça dos Três Poderes.
No Congresso, os manifestantes vandalizaram o salão verde da Câmara dos Deputados e invadiram o plenário do Senado. Já no Planalto, os suspeitos quebraram portas e tentaram invadir o gabinete presidencial.
Na Suprema Corte, os manifestantes tentaram invadir os gabinetes dos ministros, quebraram as portas dos armários onde ficam as togas, além de quebrar vidraças e vandalizar a fachada do prédio.
Cerca de mil pessoas foram presas e levadas para a carceragem da Polícia Federal na capital. Algumas já foram liberadas por decisões do STF, enquanto outros ainda aguardam o pedido de habeas corpus.
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