A Polícia Federal irá tentar identificar a máquina que imprimiu a minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres . O rascunho tinha o objetivo de alterar o resultado das eleições de 2022, a qual Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu o agora ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno.
Em depoimento à PF, Torres afirmou que o documento era "descartável" e ressaltou não haver "viabilidade jurídica" na proposta.
Esquipes técnicas tentarão mapear o modelo da impressora e onde ela está instalado, inclusive, se o documento está em algum órgão público.
"Há um tipo de exame específico feito em sede de documentoscopia, a partir do bitmap da impressão, que torna possível identificar a impressora de origem do documento”, disse um dos investigadores ao G1.
No início desde mês, a corporação encontrou "fragmentos de digitais de diversas pessoas” na minuta golpista. O ex-ministro relatou que a minuta foi entregue por uma pessoa que ele não conhece e que não possui qualquer importância. Torres explicou que o papel estava em sua casa para ser triturado. Porém, caso a Polícia Federal encontre, no cruzamento de dados, as digitais de outras autoridades, a declaração dele será tratada como mentirosa.
Investigação contra Bolsonaro
Na última terça-feira (14), o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu manter a minuta golpista nas investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro .
A decisão foi por unanimidade e manteve o que já havia sido indicado pelo ministro Benedito Gonçalves. Há uma semana, o corregedor da Corte Eleitoral tinha negado o recurso da defesa do ex-chefe do Executivo para retirar o documento dos processos.
"O próprio teor do discurso do Presidente, que livremente escolheu os tópicos que desejava abordar, oferece uma clara visão sobre o fluxo de eventos – passados e futuros – que podem, em tese, corroborar a imputação da petição inicial", disse Benedito ao dar o seu voto nesta terça-feira.
A minuta encontrada pela Polícia Federal na residência do ex-ministro da Justiça foi incluída em um processo movido pelo PDT que investiga a reunião de Bolsonaro com os embaixadores realizada no Planalto.
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