O MPF ( Ministério Público Federal
) comunicou ao Supremo Tribunal Federal que só dará um parecer sobre o pedido de revogação da prisão do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres quando tiver acesso ao resultado da perícia feita no celular de Fernando Sousa Oliveira, ex-secretário-adjunto da pasta.
“A imprensa noticiou que a Polícia Federal encaminhou laudo pericial segundo o qual o investigado teria mandado impedir que criminosos chegassem ao Supremo Tribunal Federal. Todavia, o parquet ainda não teve acesso a esse documento que, embora, aparentemente, possa não ser decisivo para o desfecho da investigação, em tese tem relevância para a manutenção ou não da custódia cautelar, devendo ser analisado e interpretado no conjunto das provas”, argumentou Carlos Frederico Santos, subprocurador-geral da República.
Na quinta (9), foram divulgados trechos do laudo comentado pelo Ministério Público. Segundo a CNN Brasil, o documento mostra troca de mensagens que pode ajudar a defesa de Torres. Uma delas revela que, mesmo nos Estados Unidos, o ex-secretário de Segurança Pública tentou impedir o ato terrorista em Brasília, no dia 8 de janeiro.
“Importante salientar que, a partir do momento em que no grupo Difusão é divulgada informação de que manifestantes chegam à Esplanada dos Ministérios e começam a mexer em peças metálicas que estavam disponíveis no gramado central, há uma ênfase por parte do ex-Ministro Anderson Torres, para Fernando, para que não deixasse chegar ao STF”, diz trecho do laudo feito pela PF.
Anderson Torres e a investigação
Anderson era responsável pela segurança pública do Distrito Federal quando aconteceu o ataque terrorista em Brasília. Depois da depredação dos golpistas, o governador afastado Ibaneis Rocha (MDB) exonerou Torres no mesmo dia. A Polícia Federal não encontrou o aparelho celular do ex-ministro para fazer a perícia.
Anderson Torres foi detido no mês passado por suspeita de omissão em relação aos atos antidemocráticos na capital federal. No dia em que ocorreu o ato terrorista, o ex-ministro estava de férias nos Estados Unidos, onde se reuniu com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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