Torres mandou impedir entrada de terroristas no STF, diz perícia da PF

Polícia Federal analisou celular do delegado Fernando Sousa Oliveira

Anderson Torres foi ministro da Justiça de Bolsonaro
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil - 21/06/2022
Anderson Torres foi ministro da Justiça de Bolsonaro

A Polícia Federal identificou, através de perícia no celular do delegado Fernando Sousa Oliveira , que o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres , determinou que fosse barrada a entrada de golpistas na sede do Supremo Tribunal Federal no dia 8 de janeiro deste ano.

"Importante salientar que, a partir do momento em que no grupo Difusão é divulgada a informação de que manifestantes chegam à Esplanada dos Ministérios e começam a mexer em peças metálicas que estavam disponíveis no gramado central, há um ênfase por parte do ex-ministro Anderson Torres, para Fernando, para que não deixasse chegar ao STF", explicou a PF.

Anderson era responsável pela segurança pública do Distrito Federal quando aconteceu o ataque terrorista em Brasília. Depois da depredação dos golpistas, o governador afastado Ibaneis Rocha (MDB) exonerou Torres no mesmo dia. A Polícia Federal não encontrou o aparelho celular do ex-ministro para fazer a perícia.

Anderson Torres foi detido no mês passado por suspeita de omissão em relação aos atos antidemocráticos na capital federal. No dia em que ocorreu o ato terrorista, o ex-ministro estava de férias nos Estados Unidos, onde se reuniu com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Investigações dos atos antidemocráticos

A Polícia Federal tem apurado qual foi a atuação dos antigos responsáveis pela segurança pública do Distrito Federal no dia do ato terrorista contra os prédios dos Três Poderes.

Ibaneis Rocha foi afastado do cargo de governador por determinação do Supremo Tribunal Federal. Ele só poderá retornar ao cargo em março, caso a Corte não prorrogue o seu afastamento. Durante esse período, o Distrito Federal ficará nas mãos de Celina Leão (PP).

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Defesa do DF, está preso preventivamente. A defesa dele solicitou que o cliente fosse solto e cumprisse medidas cautelares. Moraes encaminhou o pedido para ser analisado pela PGR.

Já Valdemar prestou esclarecimentos para a PF no inquérito que investiga a minuta golpista. O presidente nacional do PL disse que recebeu diversas minutas depois do resultado da eleição presidencial. Um desses documentos foi encontrado em um imóvel de Anderson Torres.

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