Ricardo Weibe Tapeba
, secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde
, afirmou nesta terça-feira (7) que os DSEIs ( Distrito Sanitário Especial Indígena
), incluindo o Yanomami
, foram “aparelhados” por políticos de Roraima. A declaração foi dada em coletiva de imprensa feita em Boa Vista.
Tapeba relatou que os políticos responsáveis por aparelhar os DSEIs prejudicaram o trabalho das equipes do setor. Ele ainda os acusou de terem ligações com garimpeiros.
“O que a gente experimentou no DSEI yanomami nos últimos anos foi um verdadeiro aparelhamento político, de verdadeiras oligarquias políticas que detém o poder em Roraima. As dificuldades que nós identificamos da área de gestão é resultado desse aparelhamento”, declarou o secretário.
Ricardo Weibe Tapeba, questionado quais pessoas estavam envolvidas no aparelhamento, afirmou que não poderia dar mais detalhes sobre o caso, porque a Polícia Federal estava investigando.
Ainda durante a coletiva, o secretário contou que precisará instalar um segundo hospital de campanha na região Yanomami para que sejam feitos atendimentos médicos aos indígenas. A unidade fará com que o grupo não precise se deslocar para Boa Vista, capital do estado.
Ele ainda explicou que há um plano de infraestrutura para melhorar as condições nas unidades de saúde. “Vai resultar numa solução de água para as unidades de saúde, energia elétrica, internet e telefone e melhora nas condições físicas para diminuir a rotatividade de profissionais”, detalhou.
Governo Lula não tem informação de quantos garimpeiros escaparam do local
O ministro da Defesa, José Múcio, contou que o governo federal não tem feito o monitoramento de quantos garimpeiros fugiram das terras Yanomami. Ele relatou que a preocupação atual é a humanitária dos indígenas.
Múcio viajará para a região para acompanhar as ações de assistência do governo federal aos indígenas. Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos, e Joenia Wapichana, presidente da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), deverão também fazer parte da viagem.
A Terra Yanomami é a maior reserva indígena do Brasil. Atualmente, o local passa por uma grave crise sanitária. São dezenas de casos de malária e desnutrição grave. A situação piorou muito durante o governo Bolsonaro, que não criou política pública para evitar o avanço do garimpo ilegal.
"Evidentemente nós estamos, primeiro, preocupados com a questão humanitária. Resolver a questão dos índios, da doença, tirar o povo que está lá dentro que não pode sair. Nós estamos com aviões pequenos dando esse apoio lá no aeroporto de Surucucu, a pista está em obras, a gente não pode levar aviões maiores. Então, você tem que levar mantimentos, trazer doentes, levar as pessoas que estão ficando boas. E está todo mundo envolvido nisso para ver se a gente vira essa página", falou Múcio.
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