O Partido Liberal (PL) vai nomear a sua tropa de choque para fazer frente a base de Lula no Congresso Nacional. Em reunião nesta terça-feira (7), o partido definiu os três nomes que vão compor as lideranças de oposição no Senado.
Como já era esperado, Rogério Marinho (PL-RN) deve ficar com a liderança da oposição no Senado. O nome do ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) ganhou força mesmo após a derrota para Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na disputa pela presidência da Casa.
Marinho é visto como um membro muito fiel ao ex-presidente da República e pode segurar pautas de interesse do Palácio do Planalto na liderança da oposição.
Já a liderança do PL deve ficar com Carlos Portinho (RJ). O senador é outro que tem uma ótima interlocução entre bolsonaristas e tem força para manter a extrema-direita em alta no Senado.
O partido ainda colocou Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como líder da oposição no Congresso Nacional. Bolsonaro terá a missão de fazer a interlocução entre a oposição no Senado e na Câmara dos Deputado e deve falar em nome do próprio pai em decisões nas duas Casas.
A decisão do PL em colocar os três nomes do próprio partido nas lideranças da oposição é uma forte sinalização de Valdemar Costa Neto da preocupação da possibilidade de Progressistas e Republicanos migrarem para a base de Lula. As duas legendas também participaram da reunião nesta terça.
Ambos os partidos não terão representantes diretos nas lideranças, mas devem ficar com as vice-lideranças. Nos bastidores, a colocação dos três nomes do PL no comando da oposição é um sinal da tentativa da legenda de fortalecer a base aliada ao ex-presidente da República e, de quebra, enfraquecer partidos que não apoiam o bolsonarismo.
Lideranças no Senado
O senador Ciro Nogueira (PP-PI) foi escolhido para ser o líder da Minoria no Senado. O ex-ministro da Casa Civil do governo de Jair Bolsonaro (PL).
Embora tenha se colocado como opositor de Lula em um primeiro momento, Nogueira tem sido pressionado por seus pares a aderir à base governista. Na visão da cúpula da legenda, o partido não é bolsonarista, mas do Centrão, e deve se manter assim no governo petista.
Neste momento, o grupo é formado por Progressistas e Republicanos, contando com 10 senadores. O PL ainda não se colocou entre a minoria.
O governo ainda não escolheu quem será o líder da maioria. As negociações para o cargo devem avançar durante a semana e uma decisão será tomada até sexta-feira.
Randolfe Rodrigues (Rede-AP) será o líder do governo no Congresso Nacional. Já Jaques Wagner (PT-BA) será o responsável pela liderança do governo no Senado.