A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) seguiu a ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes e entregou na última terça-feira (27) a pistola Taurus G3C e suas munições para a Superintendência da Polícia Federal de São Paulo. A instituição relatou para a reportagem que não tem permissão para passar qualquer informação sobre a investigação do caso.
A equipe da parlamentar informou que não foi intimada e devolveu a arma de fogo por conta própria, cumprindo a decisão do magistrado do STF . Ela está com o porte de arma de fogo suspenso e precisou chamar os agentes para irem até a sua casa para realizar a coleta.
"Embora não tenha ocorrido a publicação oficial da decisão, Carla Zambelli procedeu com a entrega voluntária de sua pistola Taurus G3C 9 mm às autoridades policiais. A deputada federal aguarda uma rápida apreciação de seu recurso, cuja defesa se encontra a cargo dos advogados Karina Kufa e Igor Suassuna. Zambelli ressalta que o porte de arma é essencial para sua proteção, em decorrência de diversos ataques e ameaças que recebe constantemente", diz nota da assessoria de Zambelli.
Gilmar Mendes e sua decisão
No dia 20 de dezembro, Mendes determinou a suspensão da autorização de porte de arma da deputada. O despacho atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e ocorre no âmbito da ação que investiga a perseguição armada promovida por Zambelli contra um eleitor de Lula (PT) na véspera do segundo turno das eleições. O episódio envolve supostos crimes de porte ilegal de arma de fogo e uso ostensivo.
Gilmar Mendes também inferiu que a suspensão do porte de arma precisou ocorrer ao se considerar "tanto as circunstâncias do evento quanto as manifestações subsequentes promovidas pela investigada na mídia e nas redes sociais quanto à suposta legitimidade do comportamento e, também, com ataques verbais às instituições democráticas, instigando práticas em descompasso com as premissas do Estado Democrático de Direito".
Jornalista vai processar Gilmar Mendes
O jornalista Luan Araújo irá processar criminalmente a deputada após perseguição com arma as vésperas do segundo turno das últimas eleições. O episódio aconteceu no bairro dos Jardins, em São Paulo.
A defesa de Luan enviou uma petição ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que a parlamentar cometeu os seguintes crimes: ameaça, racismo, perigo para vida e constrangimento majorado por emprego de arma de fogo.
Os advogados pedem ainda acesso às imagens de monitoramento de prédios vizinhos ao ocorrido, para investigar de onde partiu um disparo de arma que pode ser ouvido ao longo da confusão.
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