O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, voltou a cobrar nesta quarta-feira (28) o governo do Afeganistão para revogar as medidas que impedem que as mulheres frequentem o ensino médio e as universidades do país.
"As últimas restrições impostas pelos talibãs sobre emprego e instrução de mulheres e jovens são injustificáveis violações dos direitos humanos e devem ser revogadas", disse o líder da ONU.
Para Guterres, as "ações para excluir e calar as mulheres e as jovens continuam a causar imensos sofrimentos e graves golpes ao potencial do povo afegão".
A decisão de proibir que as afegãs frequentem universidades foi anunciada há cerca de uma semana pelo ministro da Educação, Neda Mohammad Nadim, e ocorreu pouco tempo depois da proibição delas irem para o estudo secundário.
Mas, desde que reassumiram o poder, no fim de agosto de 2021, o grupo extremista que controla o país vem retirando direitos delas adquiridos durante os 20 anos de ocupação liderada pelos Estados Unidos, como a possibilidade de estudar e trabalhar, além de impor regras rígidas de vestimenta.
Segundo dados de agências da própria ONU , o Afeganistão perde cerca de US$ 500 milhões por ano em sua economia por conta dos bloqueios contra as mulheres - sem contar os danos para as gerações futuras.
Apesar da repressão, muitas pessoas têm tentado se manifestar contrariamente às regras, mas a ação policial é bastante truculenta. Nesta terça-feira (27), porém, um professor da Universidade de Cabul fez um protesto que viralizou nas redes sociais ao rasgar os seus diplomas durante uma entrevista.
"Isso não me serve mais para nada, esse não é um país para a educação. Se minha irmã e minha mãe não podem estudar, não aceitarei esse sistema", disse ao repórter bastante surpreso com a atitude.
Entre no canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o perfil geral do Portal iG.