Ex-ministro da Fazenda Guido Mantega
Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil - 07.10.2014
Ex-ministro da Fazenda Guido Mantega

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega deixou a equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O economista enviou uma carta ao vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), responsável por comandar os trabalhos. Mantega explicou que sua saída é para evitar que adversários tumultuem e criem dificuldades para o novo governo. A informação foi dada pela jornalista Mônica Bergamo

Mantega passou a integrar o grupo de transição na semana passada  para participar do grupo técnico do planejamento, orçamento e gestão. O ex-ministro não pode exercer cargo em comissão ou função de confiança na administração pública federal por causa de uma punição feita pelo TCU (Tribunal de Contas da União). A condenação ocorreu por conta das pedalas fiscais. Guido só pode trabalhar de maneira voluntária.

Além disso, o ex-ministro também ficou marcado por adotar uma política desenvolvimentista durante os governos Lula e Dilma, entre 2006 e 2014. O mercado financeiro o aponta como responsável pelo crescimento econômico e a diminuição acentuada no desemprego.

Porém, sua imagem se desgastou pela queda econômica que o país sofreu no fim do governo petista. Não por acaso, ele é tratado com poucos elogios pelos executivos da Faria Lima.

Após receber a carta, Geraldo Alckmin ligou para Mantega e agradeceu pelo serviço prestado.

Confira na íntegra o conteúdo da carta:

São Paulo, 17 de novembro de 2022.

Prezado Vice-presidente

Geraldo Alckmin

Coordenador Geral da Equipe de Transição

Aceitei com alegria o convite para participar do Grupo de Transição, na certeza de poder dar uma contribuição para a implantação do governo democrático do presidente Lula.

Entretanto, em face de um procedimento administrativo do TCU, que me responsabilizou indevidamente, enquanto ministro da Fazenda, por praticar a suposta postergação de despesas no ano de 2014, as chamadas pedaladas fiscais, aceitei trabalhar na Equipe como colaborador não remunerado, sem cargo público, para não contrariar a decisão que me impedia de exercer funções públicas por 8 anos.

Mesmo assim essa minha condição estava sendo explorada pelos adversários, interessados em tumultuar a transição e criar dificuldades para o novo governo.

Diante disso, resolvi solicitar meu afastamento da Equipe de Transição, no aguardo de decisão judicial que irá suspender os atos do TCU que me afastaram da vida pública. Estou confiante de que a justiça vai reparar esse equívoco, que manchou minha reputação.

Agradecendo a confiança,

Atenciosamente,

Guido Mantega

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