A Polícia Federal informou ao Supremo Tribunal Federal ( STF ) que não possui apoio do governo para realizar operações de proteção a terras indígenas determinadas pela Corte.
O relatório foi enviado ao STF no final de outubro e indicou "limitações de ordem logística e financeira” no combate a crimes ambientais nas reservas invadidas por garimpeiros ao não contarem com o auxílio do Ministério da Defesa .
Segundo os documentos, os equipamentos fornecidos pelas Forças Armadas como aeronaves e embarcações para a PF atuar em áreas isoladas na região amazônica não chegaram. Além disso, uma incursão direcionada à terra caiapó foi cancelada na última hora por não ter helicópteros disponíveis.
“Priorizou-se uma intervenção policial na TI Caiapó que contaria (dependeria) com (de) apoio de órgãos parceiros deste e de outros ministérios. Porém, o apoio reclamado não foi atendido”, diz um trecho do relatório da PF, em referência aos ministérios da Justiça e da Defesa.
Outras questões foram relatadas pelos policiais da PF, que disseram ter ficado sem alimentos, água, abrigo e banho durante viagem da Operação Guardiões do Bioma. “A ausência de logística militar de apoio comprometeu o abastecimento de viaturas, obrigando policiais federais a viajarem cinco horas em estrada insegura para o transporte de combustível, além de elevada despesa para a PF”, detalhou o relatório.
Em relação aos Yanomamis, terra com quase 30 mil invasores, a PF relatou que foi solicitado no mês de maio que o Ministério da Defesa cedesse helicópteros. A pasta atribuiu a ajuda a um repasse de R$ 4 milhões do Ministério da Justiça, o que impossibilitou o uso do transporte. “Sem meios aéreos próprios ou de parceiros, foi realizada intervenção somente por meio terrestre e fluvial e (...) não atendeu de forma satisfatória às prementes demandas de segurança pública na área”, disse a PF.
A Polícia Federal concluiu que as operações realizadas foram muito custosas e não proporcionaram resultado. A corporação exemplificou ainda com a operação na terra caiapó, onde gastaram R$ 15 milhões, mas o desmatamento e o garimpo avançaram. "Com base em imagens de satélite e alertas de desmatamento, é possível verificar que a atividade garimpeira não cessou”, finalizou a PF.
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