A promotora de Justiça do Ministério Público do Rio ( MPRJ ), Mariáh Paixão, afirmou, antes da audiência realizada nesta quarta-feira (9) no Fórum de Niterói, que as oitivas que aconteceram na segunda (7) e terça-feira (8), pelo julgamento de Flordelis dos Santos de Souza e de outras quatro pessoas pela morte do pastor Anderson do Carmo , já demonstram a materialidade das provas contra a ex-deputada e contra os outros réus. A expectativa é que outras seis testemunhas de acusação e mais 13 de defesa ainda prestem depoimento ao longo dos próximos dias.
"A princípio, o Ministério Público e a Defesa não vão desistir dessas testemunhas, vamos ouví-las. A ideia hoje é de que a gente seja mais objetivo, consiga avançar no julgamento. O que foi produzido até hoje, o Ministério Público já está bem satisfeito, porque demonstra a acusação, a materialidade e autoria das condutas das rés julgadas na data", explicou.
A promotora também apontou a demora no julgamento como uma estratégia da defesa de Flordelis , da filha biológica Simone dos Santos Rodrigues, dos afetivos, Marzy Teixeira da Silva e André Luiz de Oliveira, além da neta Rayane dos Santos de Oliveira .
Paixão destacou como medida da defesa, a acusação da ex-deputada, filhas e netas de violência sexual cometida pelo pastor contra ela , o que não foi denunciado por elas no decorrer do processo. A expectativa é de que o julgamento termine na próxima sexta-feira (11), mas há possibilidade de que se estenda até o fim de semana.
"A defesa fazendo seu trabalho, o uso de diversas técnicas, como por exemplo, a divulgação de teses de conveniência que a gente tem visto na mídia, o que não faz nenhum sentido, se a gente olha as provas do processo. Faz parte do trabalho da defesa. O Ministério Público representa o interesse público, o interesse da sociedade, ainda que exista certa estratégia ou não, de avançar mais tempo do que o necessário com esse julgamento, o Ministério Público é incansável na busca da Justiça e acredita que os jurados vão perceber certa tendência para um lado ou para outro, e vão dar uma resposta justa, e a resposta justa é a condenação dos acusados na forma da pronúncia da denúncia", comentou.
A promotora ainda criticou o pedido da defesa dos réus para a proibição da imprensa de fazer imagens deles na terça-feira (8 ), que foi deferido pela juíza Nearis Arce, e aconteceu novamente na sessão desta quarta-feira (9). Na segunda-feira (7), fotógrafos e cinegrafistas foram autorizados, mas os advogados de Flordelis, Simone, Marzy, André e Rayane fizeram uma barreira, o que impediu que eles fossem vistos. Mariáh ressaltou também que, anteriormente, a defesa havia pedido que o julgamento fosse transmitido ao vivo pelo YouTube.
O julgamento desta quarta-feira (9) começou por volta das 9h40 e a primeira pessoa a ser ouvida como testemunha de acusação é Luana Pimenta, nora de Flordelis e esposa de Wagner Pimenta, também conhecido como Misael, filho adotivo da pastora.
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