Nesta quinta-feira (27), quatro testemunhas afirmaram a reportagem do site The Intercept Brasil que policiais à paisana que faziam a segurança do candidato ao governo de São Paulo Tarcísio Gomes de Freitas, no último dia 17, mataram a tiros um homem na comunidade de Paraisópolis , em São Paulo . Elas estavam na rua em que o caso aconteceu.
Os relatos dos moradores do local contrariam a versão apresentada pelos policiais no boletim de ocorrência e do próprio candidato ao governo do Estado. No registro, os agentes afirmaram que avistaram criminosos portando armas longas em motos logo após ouvirem uma rajada de tiros de metralhadora.
Já Tarcísio de Freitas disse que sua equipe e ele teriam sido vítimas de um atentado. Logo depois ele negou a fala, mas reiterou que a situação ocorrida era um provável "recado do crime" .
Relatos das testemunhas
Segundo testemunhas, os primeiros membros da equipe de Tarcísio chegaram logo pela manhã à sede do projeto para inspecionar o local. Em seguida, policiais militares fardados começaram a vistoriar os carros estacionados em uma das ruas da comunidade, ainda de acordo com o depoimento, a atitude hostil dos PMs gerou constrangimento nos convidados do evento, e um coordenador do projeto pediu que um membro da equipe de Tarcísio intercedesse. Após uma discussão entre um dos membros da equipe de Tarcísio e o comandante da guarnição militar, os PMs fardados foram embora e se posicionaram a quilômetros de distância, na entrada da comunidade.
Ao The Intercept , eles afirmaram, ainda, que Tarcísio chegou ao local sob uma forte escolta de seguranças e assessores. Com previsão de ficar cerca de 10 minutos, Tarcísio acabou ficando mais de meia hora, foi quando Felipe Silva de Lima e um outro homem, identificado como Rafael, chegaram de moto a um segurança (que era policial à paisana) postado a 100 metros do prédio e disseram: "A comunidade não quer vocês aqui, vão embora".
Logo depois, os dois homens, que segundo as testemunhas eram ligados ao tráfico de drogas local, foram para a esquina da rua. Foi quando ouviu-se uma rajada de tiros distante do evento. Segundo os moradores nenhum disparo foi feito na direção da equipe do candidato ao governo do Estado.
Nesse momento, Felipe e Rafael retornaram na moto para falar com a equipe de segurança e foram recebidos a tiros. Um deles atingiu Felipe no peito. Já o outro homem conseguiu correr e fugiu do local enquanto. seguranças da equipe de Tarcísio continuaram a atirar.
Segundos depois, criminosos da comunidade que estavam próximos em uma esquina voltaram armados para tentar resgatar o corpo de Felipe, mas sem êxito. O tiroteio terminou minutos depois, com a chegada de policiais militares em viaturas.
Ainda de acordo com os relatos, o corpo de Felipe foi colocado em uma viatura e levado para um posto de combustíveis. O carro dos militares ficou estacionado no local por alguns minutos antes de levar Felipe, já morto, ao hospital.
Entre no canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o perfil geral do Portal iG.