Prisão em flagrante de Roberto Jefferson é convertida em preventiva

Decisão foi do ministro Alexandre de Moraes, que afirmou que 'o cenário se revelou ainda mais grave'

Roberto Jefferson (PTB) sendo preso pela PF após oito horas de resistência e troca de tiros com policiais
Foto: Reprodução / TV Globo - 23.10.2022
Roberto Jefferson (PTB) sendo preso pela PF após oito horas de resistência e troca de tiros com policiais

ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, converteu a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson em flagrante para prisão preventiva nesta quinta-feira (27). A medida faz com que a detenção não tenha um prazo específico para acabar.

A saída do ex-parlamentar, agora, depende de uma decisão judicial.

"Conforme já destacado, o preso se utilizou de armamento de alto calibre (fuzil 556), para disparar uma rajada de mais de 50 (cinquenta) tiros, além de lançar 3 (três) granadas contra a equipe da Polícia Federal. O cenário se revela ainda mais grave pois, conforme constou do auto de apreensão, foram apreendidos mais de 7 (sete) mil cartuchos de munição (compatíveis com fuzis e pistolas)", escreveu Moraes.

"Essa conduta, conforme ampla jurisprudência desta Suprema Corte, revela a necessidade da custódia preventiva para garantia da ordem pública", completou.

Jefferson foi preso no último domingo (23)  após trocar tiros com policiais federais que foram até sua casa, no interior do Rio de Janeiro, para prendê-lo . Na ocasião, ele disparou tiros de fuzil e atirou granadas na direção dos agentes.

A Polícia Federal informou que  dois agentes ficaram feridos na operação "por estilhaços de granada arremessados pelo alvo" . Segundo a corporação, eles foram imediatamente levados ao pronto-socorro e passam bem.

Antes, o ex-parlamentar estava em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, mas precisou voltar ao sistema penitenciário após decisão do ministro do Alexandre de Moraes , por descumprimento de medidas cautelares impostas, como não postar nas redes sociais.

Na última sexta (21),  Roberto Jefferson xingou a ministra Carmen Lúcia, do STF, de “bruxa” e compará-la a uma “prostituta” após o voto favorável da magistrada em conceder 116  direitos de resposta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Jovem Pan , depois que o canal divulgou informações falsas sobre o petista. O vídeo foi publicado nas redes sociais de Cristiane Brasil (PTB), filha dele.

Após o episódio na casa de JeffersonMoraes determinou uma nova ordem de prisão contra o ex-parlamentar, desta vez em flagrante, por suspeita de tentativa de homicídio dos dois policiais que ficaram feridos durante ação .

No texto, Moraes citou relatório da PF e o próprio vídeo de Jefferson , em que ele admite ter atirado contra os agentes. O ministro também afirmou que "qualquer autoridade" que tentasse retardar a prisão pela PF estaria sujeita a enquadramento por crime de prevaricação. O ministro ainda ressaltou que a corporação podia cumprir a ordem de prisão "a qualquer horário".

O ex-parlamentar se entregou à PF às 19h de domingo , após oito horas de resistência, e foi levado para a superintendência da corporação no Rio de Janeiro, onde chegou por volta das 21h. Na noite dessa segunda (24),  Jefferson foi transferido do presídio de Benfica para a penitenciária Pedrolino Werling de Oliveira (Bangu 8) .

Ele foi indiciado pela PF pro quatro tentativas de homicídio  referente aos dois agentes que ficaram feridos e outros dois que estavam em uma viatura, mas não chegaram a ser atingidos.

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