O ex-deputado federal Roberto Jefferson afirmou neste domingo (23) ter trocado tiros com policiais federais que foram até sua casa para prendê-lo. Segundo informações de testemunhas, um agente ficou ferido, o que não é confirmado pela PF.
Segundo o ex-parlamentar, a determinação para a Polícia Federal ir à sua casa foi do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Em um vídeo gravado no momento da operação, Jefferson disse que não iria se entregar.
“Vou mostrar a vocês que o ‘pau’ cantou. Eles atiraram em mim e eu atirei neles. Estou dentro de casa, mas eles estão me cercando. Vai piorar, vai piorar muito, mas eu não me entrego. Chega de abrir mão da minha liberdade em favor da tirania”, disse, em um vídeo que mostra marcas de balas no para-brisa da viatura da PF.
A operação acontece após Roberto Jefferson xingar a ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), de “bruxa” e compará-la a uma “prostituta” após o voto favorável da ministra em conceder 116 direitos de resposta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Jovem Pan, depois que o canal divulgou informações falsas sobre o petista. O vídeo foi publicado nas redes sociais de Cristiane Brasil (PTB-RJ), filha dele.
Após a troca de tiros, Roberto Jefferson negou ter atirado com intuito de acertar algum agente. Segundo o ex-presidente do PTB, os tiros acertaram o carro da PF e regiões próximas aos agentes.
“Eu não estou atirando em cima deles, eu dei perto, não atirei neles. Eu não atirei em ninguém para pegar”, disse Jefferson, em conversa com uma mulher, não identificada, de fundo que alertava o ex-parlamentar sobre a possibilidade de aumentar sua pena após o caso.
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“Eles já me humilharam muito, minha família. Eu vi minha mulher chorando e fiquei impotente. Eles pisaram nas calcinhas e camisolas dela por crime de opinião”, acusou.
Após a divulgação da gravação em que Roberto Jefferson ofende Carmen Lúcia, juristas e advogados foram ao STF solicitar a volta do ex-parlamentar à prisão. Ele está em prisão domiciliar desde janeiro, após ficar preso cinco meses no Complexo Penitenciário de Bangu, no Rio de Janeiro. Jefferson é acusado de tumultuar o processo eleitoral, atentos à democracia e ofensas a ministros do Supremo Tribunal Federal.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou pelas redes sociais que repudia o ataque a tiros promovido por Roberto Jefferson e solicitou a ida do ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, para acompanhar os desdobramentos da operação.
“Repudio as falas do Sr. Roberto Jefferson contra a Ministra Carmen Lúcia e sua ação armada contra agentes da PF, bem como a existência de inquéritos sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP”, disse.
O iG entrou em contato com a Polícia Federal para saber o estado de saúde do agente e quem determinou a operação na casa do ex-deputado, mas não obteve retorno até o momento.