Lewandowski: TSE não fiscaliza nem distribui inserções em TV e rádio

Ministro disse que a Corte Eleitoral não tem atribuição e nem teria a estrutura necessária para realizar esse controle

Vice-presidente do TSE, Ricardo Lewandowski
Foto: Agência Brasil
Vice-presidente do TSE, Ricardo Lewandowski

O vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) , ministro Ricardo Lewandowski , disse que a Corte não distribui e nem fiscaliza se as emissoras de rádio e televisão estão exibindo as inserções dos candidatos ao segundo turno das eleições 2022 , no horário de propaganda gratuita.

De acordo com Lewandowski, o tribunal não tem atribuição para tal feito e nem teria a estrutura para realizar esse controle.

"Em princípio, a distribuição das inserções e a colocação dessas inserções não é responsabilidade do TSE. Nem fiscalizar. O TSE não tem nem instrumentos para isso e não é exigência legal. As rádios fazem isso de acordo com a resolução que regula a matéria", disse ele a jornalistas.

Ao ser questionado sobre a exoneração do assessor de gabinete da Secretaria Judiciária da Secretaria Geral da Presidência, Alexandre Gomes Machado , o ministro afirmou não ter acompanhado o caso, porque estava em uma reunião sobre a nova Lei do Impeachment durante o período da manhã. "Não posso dizer mais do que vocês sabem, ainda vou me inteirar", disse.

Após o  desligamento nesta quarta-feira (26), Machado procurou a Polícia Federal. Na ocasião, ele disse estar sendo "vítima de abuso de autoridade" e afirmou "temer por sua integridade física" . O homem apontou falhas na fiscalização da veiculação de inserções da propaganda eleitoral de candidatos pelas emissoras. A informação conta na declaração prestada à Superintendência da PF no Distrito Federal.

Ele disse que acredita que um dos motivos de sua demissão seja o fato de que "desde o ano de 2018 tenha informado reiteradamente ao TSE de que existem falhas de fiscalização e acompanhamento na veiculação de inserções da propaganda eleitoral gratuita".

O TSE , no entanto, rebateu as acusações do ex-funcionário e disse que a exoneração se deu por conta de "reiteradas práticas de assédio moral, inclusive por motivação política" .

Em nota , o tribunal afirmou que as alegações de Machado são "falsas e criminosas" e que ele será responsabilizado pelas afirmações.

"A reação do referido servidor foi, claramente, uma tentativa de evitar sua possível e futura responsabilização em processo administrativo que será imediatamente instaurado", afirmou a Corte Eleitoral em comunicado . "As alegações feitas pelo servidor em depoimento perante a Polícia Federal são falsas e criminosas e, igualmente, serão responsabilizadas."

Além disso, o TSE nega que Machado tenha enviado informações à Corte. 

"Ao contrário do informado em depoimento, a chefia imediata do servidor esclarece que nunca houve nenhuma informação por parte do servidor de que "desde o ano 2018 tenha informado reiteradamente ao TSE de que existam falhas de fiscalização e acompanhamento na veiculação de inserções de propaganda eleitoral gratuita", disse o tribunal.

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