Nesta terça-feira (18), a deputada Maria do Rosário (PT-RS), se uniu a movimentos de defesa da criança e do adolescente e acionou o MPF (Ministério Público Federal) para investigar possível caso de prevaricação do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o suposto esquema de exploração sexual de menores venezuelanas citadas por ele na última sexta (14).
A deputada pede uma investigação sobre quais medidas foram tomadas pelo presidente ao identificar o suposto caso de exploração sexual e o motivo de não tê-lo denunciado às autoridades responsáveis. Caso seja comprovado as falas do chefe do Executivo, a deputada indica o crime de prevaricação.
O documento também pede a suspensão da visita da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e da ex-ministra Damares Alves a comunidade citada pelo mandatário.
“A ida das duas Senhoras terá uma repercussão: Se houver realmente a conduta atribuída às meninas, de serem vítimas de exploração sexual, as referidas senhoras devem se dirigir às autoridades competentes para que apurem a veracidade da alegação. A outra, caso se desloquem para a Instituição para demonstrarem de que não se trata do que o sumo mandatário relatou, irão somente expor a imagem de crianças e adolescentes, protegidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, para toda a sociedade brasileira, não com o escopo de protegê-las, mas apenas com o interesse de preservar a campanha eleitoral do esposo de uma delas” , diz trecho da representação.
Relembre o caso
Em entrevista ao podcast do canal Paparazzo Rubro-Negro nesta última sexta (14), Bolsonaro causou polêmica ao relembrar um encontro com jovens venezuelanas nas ruas de São Sebastião, no DF. Ao dizer que "pintou um clima" entre ele e as adolescentes, o presidente foi muito criticado e até mesmo associado à pedofilia.
“Eu parei a moto em uma esquina, tirei o capacete e olhei umas menininhas, 3, 4, bonitas, de 14, 15 anos, arrumadinhas em um sábado numa comunidade. E vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei. ‘Posso entrar na sua casa?’. Entrei. Tinham umas 15, 20 meninas, sábado de manhã, se arrumando. Todas venezuelanas. E eu pergunto: meninas bonitinhas de 14, 15 anos se arrumando no sábado para quê? Ganhar a vida”, disse o mandatário.
Mulher venezuelana contestou Bolsonaro
Uma mulher venezuelana, que recebeu a visita do presidente Jair Bolsonaro no ano passado, contestou a fala do candidato à reeleição que afirmou que as menores presentes na casa estavam "arrumadas para ganhar a vida".
Segundo informações do Portal UOL, a venezuelana afirma que no dia em que ocorreu a visita de Bolsonaro, acontecia no local uma ação social para refugiados. "Não tem nada a ver com o que ele está falando agora", disse a mulher na entrevista ao portal. Ela preferiu não ser identificada.
Pedido de desculpas
Nesta terça-feira (18), Jair Bolsonaro postou um vídeo pedindo desculpas às venezuelanas menores de idade mencionadas por ele no podcast do canal Paparazzo Rubro-Negro. Durante o bate-papo, o candidato à reeleição falou que “ pintou um clima ” ao andar de moto em São Sebastião, no Distrito Federal, e insinuou que meninas eram garotas de programa.
Nas imagens publicadas hoje, o chefe do executivo federal está ao lado da primeira-dama Michelle Bolsonaro e María Teresa Belandria, aliada de Juan Guaidó, principal opositor do governo Maduro, na Venezuela.
“Se as minhas palavras, que por má-fé foram tiradas de contexto de alguma forma, foram mal entendidas ou provocaram algum constrangimento às nossas irmãs venezuelanas, peço desculpa, já que meu compromisso sempre foi o de melhor acolher e atender a todos que fogem de ditaduras pelo mundo” , falou o presidente da República. Confira:
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