Lira critica institutos de pesquisas, mas descarta CPI: 'Não é o caso'

Presidente da Câmara afirmou que é necessário fazer uma "boa legislação" para evitar que erros nos resultados aconteçam

Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, em cerimônia de posse da ministra Rosa Weber na Presidência do STF
Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados - 12/09/2022
Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, em cerimônia de posse da ministra Rosa Weber na Presidência do STF

Nesta segunda-feira (3), o presidente da Câmara, Arthur Lira , criticou as pesquisas de intenção de voto  para as  eleições 2022 que deram resultados diferentes do apurado pelas urnas . Apesar das críticas, Lira descartou a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o tema.

"As votações e expressões da população brasileira deixam claros que as empresas de pesquisa não devem ser usadas para conduzir o eleitorado. Quando a gente tentou votar no código eleitoral, algumas complicações [surgiram] para trazer responsabilidade para essas empresas, [mas] a gente tem que votar no Congresso Nacional", afirmou.

"A gente tem sofrido pressão para instalação de CPIs, mas penso que não é o caso. Temos que discutir uma boa legislação para empresa de pesquisas e divulgação delas, para que a gente não tenha essas disparidades", disse ele. "A população clama por isso, se angustia, e cabe ao Congresso regular essas matérias", acrescentou, em entrevista à GloboNews .

Mais cedo, o  deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) disse que começaria a coletar assinaturas para abrir uma CPI para iniciar uma investigação contra os institutos de pesquisa ainda nesta semana. 

Nesse domingo (2), o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP) , afirmou que vai apresentar um projeto de lei para criminalizar a disparidade das pesquisas com o resultado oficial.

O primeiro turno deste ano teve como resultado ao Planalto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 48,43% dos votos, e o presidente Jair Bolsonaro (PL), com 43,20% . A disputa, agora, vai para um segundo turno, que vai ocorrer no próximo dia 30 de outubro.

As pesquisas eleitorais entraram na mira dos eleitores ainda ontem, já que a maioria apresentou dados diferentes dos que apareceram nas urnas . Os institutos Datafolha e Ipec foram mais criticados por errarem o desempenho de Jair Bolsonaro (PL) fora da margem de erro.

No último levantamento do Datafolha, Bolsonaro tinha 36% das intenções de voto contra 50% de Lula (PT) . Já o Ipec, trouxe o ex-presidente com 51% ante 37% do atual chefe do executivo federal . Na urna, o resultado foi de 48,43% para o petista, enquanto o governante brasileiro atingiu 43,20%.

Só que os equívocos não ficaram apenas nos dois principais institutos. A Quaest trouxe Lula com 49% e Bolsonaro com 38% . O  PoderData conseguiu cravar o desempenho do ex-presidente (48%), mas errou o número do mandatário ao trazê-lo com 38%.

Considerando as margens de erro de dois pontos percentuais, os institutos não diferiram em relação ao resultado real do petista, somente o Ipec, que teria ultrapassado um ponto. O desempenho de Bolsonaro, no entanto, não foi previsto pelas sondagens, que mostravam o atual mandatário com uma pontuação bem menor da que realmente foi registrada nas urnas .

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