Presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, fala a jornalistas em coletiva de imprensa
Reprodução / TSE - 02.10.2022
Presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, fala a jornalistas em coletiva de imprensa

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, minimizou as filas e problemas com biometria nas sessões eleitorais e ressaltou a segurança das urnas eletrônicas no pleito deste ano. As declarações foram dadas em uma coletiva de imprensa na noite deste domingo (2) para apresentar um balanço das eleições de 2022.

Segundo Moraes, as filas formadas nas sessões foram causadas pelo maior tempo de espera na hora de registrar o voto e declarou que os problemas na biometria foram causados por efeitos do álcool em gel na digital da população. O ministro ressaltou que irá fazer uma análise dos problemas registrados nos próximos dias.

“Em cada localidade pode ter ocorrido algo diferente, mas, em princípio, são algumas causas pouco preocupantes. Sete milhões e meio de pessoas que normalmente votavam em nulo ou em branco realmente escolheram candidatos e isso leva um tempo a mais. Houve também alteração a favor do eleitor, da eleitora de um segundo a mais em cada intervalo [da votação] exatamente para que pudesse fixar se era aquele o seu escolhido”, disse.

“Diferentemente das eleições passadas, nós tivemos a utilização da biometria e, em algumas oportunidades, a biometria não estava pegando.  Isso é um problema, que alguns especialistas disseram, de dois anos utilizando o álcool em gel. às vezes dificulta o reconhecimento. Nós vamos verificar e pedir aos eleitores que vão votar em horários divididos. Todas [as causas] serão analisadas”, concluiu.

Alexandre de Moraes exaltou a redução na quantidade de votos em branco e nulos nas eleições deste ano. Embora a média de abstenção e o número de votantes tenham sido parecidos com os de 2018, a quantidade de votos anulados foram reduzidos pela metade, segundo o TSE.

“Aqueles 80% que compareceram, tibemos o menor número histórico desde 2014 de votos em branco ou votos nulos. Nós tivemos metade votos em branco e nulos, a exemplo da eleição de 2018”.

No total de urnas apuradas, Lula (PT) e Bolsonaro (PL) foram proclamados na disputa para o segundo turno das eleições. O resultado final foi apertado (48,3% contra 43,2%), mostrando o oposto do que as pesquisas eleitorais previam.

Ao ser questionado sobre as dúvidas da segurança das urnas, Moraes voltou a citar um caso futebolístico e disse que a contestação será inválida. O presidente do TSE aproveitou para criticar o documento do PL que atestava insegurança nas urnas e disse que as diferenças no resultado final com as expectativas deverão ser respondidas pelos institutos de pesquisa.

“Eu, como corintiano, contesto até hoje o jogo Corinthians e Internacional que bateu a bola na trave, mas a contestação fica comigo mesmo. A vitória foi decretada, né? E ele será feita da mesma forma a quem contestar de forma fraudulenta, como fez o PL com aquele documento falso e fraudulento que está sendo investigado”, declarou.

“O Tribunal Superior Eleitoral só registra as pesquisas, não tem nenhum envolvimento em relação às pesquisas eleitorais. Se houve discrepância de números entre as pesquisas e o resultado, quem deve explicar isso são os institutos pesquisa”.

O ministro ainda disse que a sociedade brasileira e a Justiça Eleitoral saíram vencedores no pleito deste ano. Moraes ainda elogiou o trabalho feito pelos tribunais regionais durante a apuração e ressaltou a agilidade na apuração dos votos.

“São dois grandes vencedores. O primeiro é a sociedade brasileira que apresentou maturidade, consciência e harmonia para votar. O segundo é a Justiça Eleitoral, que mostrou competência, agilidade, seriedade e total transparência na apuração dos votos”.

** João Vitor Revedilho é jornalista, com especialidade em política e economia. Trabalhou na TV Clube, afiliada da Rede Bandeirantes em Ribeirão Preto (SP), e na CBN Ribeirão. Se formou em cursos ligado à Rádio e TV, Políticas Públicas e Jornalismo Investigativo.

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