O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem debatido com a sua equipe econômica uma âncora fiscal para substituir o teto de gastos. O petista foi alertado por Geraldo Alckmin (PSDB), vice da sua chapa nas eleições 2022
, que o mercado financeiro quer um compromisso fiscal para que o Brasil tenha uma previsibilidade na hora de fazer investimentos.
Desde que iniciou a campanha, o líder nas pesquisas afirmou que daria um ponto final no teto de gastos para fazer investimentos. Porém, o discurso não caiu bem entre empresários. O beneficio da dúvida em relação ao ex-presidente só foi dado por conta do ex-governador de São Paulo, que aceitou ser vice de Lula.
Com chance de vencer no primeiro turno, o PT passou a acenar para os eleitores de centro e centro-direita. E a questão fiscal começou a ser tema de discussão entre investidores, principalmente porque o mercado acredita que o ex-presidente deverá voltar ao poder em 2023.
A participação de Henrique Meirelles (União Brasil) no ato de ex-candidatos à Presidência, declarando apoio a Lula, animou o mercado financeiro. O ex-ministro da Fazenda do governo Michel Temer (MDB) foi o responsável por implementar o teto de gastos.
Na avaliação de executivos, dificilmente Meirelles apoiaria um candidato que não respeitasse o legado dele. Por conta disso, o entendimento de empresários de diversos setores é que o PT irá respeitar a política fiscal.
Lula quer uma nova fórmula
Lula não é favorável ao teto de gastos nos moldes atuais. Porém, ele considera fundamental ter uma âncora fiscal para guiar a economia brasileira e mostrar ao mercado que seu governo respeita o limite de gastos.
O presidente autorizou que membros da sua equipe procurassem nomes influentes do mercado financeiro para discutir uma fórmula que agrade tanto uma eventual gestão petista e os empresários da Faria Lima.
Uma das sugestões colocadas na mesa é substituir o teto de gastos para um teto de dívidas. Só que, neste momento, o entendimento é que precisa saber quais problemas financeiros o governo Bolsonaro deixará para o próximo ano. A partir daí, o PT elaborará o plano e apresentará ao mercado.
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