A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) vai aumentar ainda mais os ataques contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A ideia é bater no petista na propaganda eleitoral, enfatizando os escândalos de corrupção dos governos do PT. O objetivo é aumentar a rejeição em torno do ex-chefe do executivo federal e impedir o movimento do “voto útil”.
Conforme apurou a reportagem, a equipe bolsonarista está preocupada com a alta rejeição do governante brasileiro. Além disso, pesquisas internas do PL indicam que já iniciou um movimento de voto útil a favor de Lula por conta da desaprovação do atual governo.
Para que as eleições 2022 não terminem no dia 2 de outubro, a campanha vai usar as propagandas eleitorais para atacar o petista. O foco é assustar o eleitor mais moderado, levando-o a desconsiderar votar no ex-presidente já no primeiro turno. A manobra tem sido chamada de “Operação Rejeição ao ex-presidiário”.
Os bolsonaristas vão relembrar os escândalos do Mensalão e do Petrolão, além da Operação Lava Jato. Além disso, o grupo irá contrapor o comportamento de Bolsonaro em relação aos casos de corrupção. Na avaliação da equipe, a tática pode funcionar na reta final.
Já é unânime que o presidente da República não conseguirá ultrapassar o petista nas pesquisas. Por conta disso, o objetivo é manter a disputa aberta para o segundo turno. Há três pontos para isso: Possível melhora da economia entre os dias 3 e 30 de outubro, cobertura da mídia igualitária e confronto direto nos debates e propagandas eleitorais.
Bolsonaro x Lula
As pesquisas Datafolha e Ipec jogaram um balde de água fria nos bolsonaristas. Não por acaso, a ordem é atacá-las para evitar um clima de “já ganhou” entre os petistas e desanimar a militância bolsonarista.
Além disso, dirigentes do PL afirmam que os números dos dois principais institutos estão distantes dos levantamentos internos da sigla. “A Quaest, por exemplo, está mais próxima do que temos em mãos do que o Datafolha e o Ipec”, comentou uma liderança da sigla.
A compreensão dentro da campanha bolsonarista é que Lula é favorito, mas há margem para aumentar a rejeição dele. E será nisso que a equipe irá trabalhar: uma batalha entre quem não gosta do Bolsonaro contra quem não gosta do petista.
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