O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Superior Tribunal Eleitoral), e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), chamando-o de “vagabundo”. A declaração do chefe do executivo federal foi visto por aliados do governante e adversários como um “esquenta” dos atos que ocorrerão no dia 7 de setembro.
A campanha bolsonarista tem o aconselhado a ser moderado, não atacando ministros, as instituições democráticas e as urnas eletrônicas. Porém, o mandatário já deixou claro inúmeras vezes que faz o que bem entender. Por conta disso, há muito temor do que possa vir daqui para frente.
Aliados entendem que os atos de 7 de setembro serem em ambientes favoráveis ao bolsonarismo, acredita-se que o clima de empolgação pode fazê-lo perder o controle e falar tudo o que pensa, conforme revelou o Portal IG.
Novos ataques contra as urnas eletrônicas e ministros do Supremo podem ser fatais e afastar, definitivamente, os eleitores moderados. Além disso, há grande preocupação que Lula use isso ao seu favor e convença eleitores de Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (MDB) a realizarem o voto útil, encerrando a eleição no primeiro turno.
O grupo bolsonarista ficou preocupado com os ataques do presidente contra Moraes. “Vimos há pouco empresários tendo sua vida devassada, recebendo visita da Polícia Federal porque estavam privadamente discutindo um assunto que não interessa o que seja. Eu posso pegar meia dúzia aqui, bater um papo e falar o que bem entender”, disse o chefe do executivo federal durante um evento em Novo Hamburgo (RS).
“Não é porque tem um vagabundo ouvindo atrás da árvore a nossa conversa que vai querer roubar nossa liberdade. Agora, mais vagabundo do que esse que está ouvindo a conversa é quem dá a canetada após ouvir o que ouviu esse vagabundo”, acrescentou.
O posicionamento, na visão dos seus aliados, foi uma amostra do que deve acontecer nos comícios de 7 de setembro. A ordem da campanha agora é criar narrativas que diminua os impactos negativos contra o presidente.
Opositores se animam
Adversários do presidente se empolgaram com as falas dele. Ciro Gomes (PDT), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Simone Tebet (MDB) têm certeza que terão material para criticar Bolsonaro.
Tebet e Ciro querem explorar as possíveis declarações antidemocráticas para se apresentarem como moderados e conquistar eleitores que só votarão em Bolsonaro porque não querem o retorno do ex-presidente Lula ao poder.
Já o PT quer convencer eleitores da emedebista e do pedetista de darem voto útil ao candidato petista, encerrando a eleição já no primeiro turno.
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