O presidente Jair Bolsonaro (PL) telefonou, por chamada de vídeo, para a família de Marcelo Aloizio de Arruda, o tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) que foi morto durante sua festa de aniversário pelo policial federal Jorge José Guaranho.
A conversa aconteceu através do deputado Otoni de Paula, que foi até Foz do Iguaçu a pedido de Bolsonaro. Segundo o parlamentar, o presidente vai se encontrar com os familiares do petista na quinta-feira.
Arruda foi morto a tiros no último domingo (10), durante sua festa de aniversário de 50 anos, que tinha como tema o PT.
Segundo testemunhas e informações da Polícia Civil do Paraná, Guaranho teria se intrometido na festa com sua esposa e um bebê. Ele gritou do carro: "Aqui é Bolsonaro" e que voltaria para matar todos na festa. Para se defender, Arruda, que também era policial, pegou sua arma. Quando Guaranho voltou, o tiroteio entre o aniversariante e o bolsonarista teve início.
Segundo a polícia, a causa ainda está sendo investigada, mas de acordo a esposa de Guaranho, os policiais se conheciam. A mulher afirmou que Guaranho é dono do local onde aconteceu a festa e ao ouvir músicas contra o Bolsonaro, se enfureceu. Já a esposa de Arruda, nega que os dois eram conhecidos.
Manifestações de Lula e Bolsonaro
Nas redes sociais, Lula afirmou que Arruda "evitou uma tragédia maior" e também pediu "compreensão e solidariedade" aos familiares Guaranho, dizendo que "perderam um pai e um marido para um discurso de ódio estimulado por um presidente irresponsável". "Precisamos de democracia, diálogo, tolerância e paz."
Já Bolsonaro, disse que dispensa o "apoio de quem pratica violência contra opositores", e, ao mesmo tempo, atacou a esquerda.
"Dispensamos qualquer tipo de apoio de quem pratica violência contra opositores. A esse tipo de gente, peço que por coerência mude de lado e apoie a esquerda, que acumula um histórico inegável de episódios violentos", escreveu Bolsonaro.
Hoje, o presidente fez uma nova manifestação sobre o caso , dizendo que o autor dos disparos, Jorge José Guaranho, também foi alvo de agressões. Ele ainda pede que a morte do petista seja apurada.
"Nada justifica a troca de tiros, mas lá fora...Está sendo concluída a investigação pela Polícia Civil do Paraná, talvez concluam hoje, para a gente ver que teve um problema lá fora, onde o cara que morreu, que estava lá na festa, jogou uma pedra no vidro daquele cara que estava no carro pro lado de fora. Depois ele voltou e começou aquele tiroteio lá onde morreu o aniversariante", disse o presidente, sem explicar como teve acesso a essas informações.
Quem é Guaranho?
O policial se apresenta nas redes sociais como "policial penal federal, conservador e cristão". Postagens demonstram seu apoio ao presidente Jair Bolsonaro e aos seus aliados. Em uma das publicações, o policial penal é visto ao lado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), filho do Presidente da República.
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