Lula pretende não disputar reeleição em 2026 caso eleito em outubro

Ex-presidente declarou que entregará mandato "para outra pessoa"

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em evento no Rio Grande do Sul
Foto: Ricardo Stuckert/RS - 01.06.2022
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em evento no Rio Grande do Sul

Depois de ter governado o país por dois mandatos, entre 2003 e 2010, e disputar neste ano sua sexta eleição à Presidência, o  ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu a entender que não tentaria a reeleição em 2026 caso eleito em outubro próximo. Ele mencionou que terá "só quatro anos" para consertar o país da situação deixada pelo governo de Jair Bolsonaro.

"Quando chegar no dia 31 de dezembro de 2026, que a gente for entregar o mandato para outra pessoa, este país estará bem, alegre, pujante, estará crescendo e as pessoas, trabalhando. Aí o Brasil vai voltar à normalidade", afirmou o ex-presidente, em entrevista dada à "Rádio Metrópole" de Salvador.

Em um momento anterior, o petista disse que, se vencer o pleito deste ano, terá "só quatro anos" para construir mais universidades e "incluir mais pessoas na economia". Ele havia criticado políticas de Bolsonaro, como a de maior flexibilização de porte e posse de armas, e prometido uma "revolução" sem tiros e sem distribuição de revólveres e rifles, mas sim de livros.

Um eventual quarto mandato encontraria dificuldades até mesmo pela idade avançada de Lula. Hoje com 76 anos, se vencer a corrida presidencial, ele assumiria o Palácio do Planalto com 77 anos. Considerando a hipótese de se reeleger em 2026, poderia deixar a Presidência com 85 anos.

O presidente mais idoso da história do Brasil é Michel Temer, que assumiu aos 77 anos, em 2016. Tancredo Neves seria o segundo com mais idade, caso tomasse posse, enquanto Fernando Collor foi o mais novo na Presidência. Aos 68 anos, Getúlio Vargas disse, após ser eleito, que "estava velho".

Questionado sobre a resistência do mercado financeiro e do empresariado com sua pré-candidatura, Lula afirmou que tem se reunido com empresários para debater eleições e que "na cabeça dessa gente não existe pobreza". Ele criticou o discurso, que considerou hegemônico dentro desse setor, de foco em teto de gastos e política fiscal, enquanto programas sociais e distribuição de renda não seriam preocupação da elite econômica.

"Banqueiro não vota em mim, eu tenho certeza que não voto em mim. Eles olham para mim e falam "pô, esse cara nem sabe falar direito, esse cara é nordestino, vai querer aumentar o salário do trabalhador, o povo vai viajar de avião". Eles querem alguém que não cheira nem fede. Mas o Brasil precisa de governo para todos, com prioridade para os mais pobres", declarou.

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