Para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) aprovada no Senado, que distribui benefícios a três meses da eleição com gastos bilionários fora das regras fiscais, é um projeto "eleitoral" de Jair Bolsonaro que visa à sua reeleição. A declaração foi dada à "Rádio Metrópole", de Salvador.
Pré-candidato à Presidência da República, Lula declarou que o presidente tenta "comprar o povo" com a PEC, que institui até o fim do ano um estado de emergência no Brasil — e cria um precedente perigoso e irreversível, segundo juristas, podendo permitir qualquer pretexto para driblar a lei eleitoral.
O petista afirmou que o aumento de auxílios financeiros à população era uma reivindicação da esquerda, mas centrou as críticas na oportunidade escolhida pelo governo para a concessão dos benefícios.
A proposta eleva o Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, dá um vale-gás equivalente a um botijão de 13 kg a cada dois meses e cria um benefício de R$ 1 mil para caminhoneiros, por exemplo. O impacto total dos gastos é de R$ 41,2 bilhões e dura somente até dezembro, fim do mandato de Bolsonaro.
"O que o Bolsonaro sabe é que o problema dele não é urna eletrônica, o problema dele chama-se povo brasileiro. É por isso que ontem ele mandou várias medidas para dar dinheiro, aumentar auxílio emergencial, aumentar vale-gás, auxílio para motoristas. Tudo bem, acho que o povo tinha (mesmo) que pegar o dinheiro. Mas não é isso que resolve o problema, porque tudo isso vai acabar em dezembro. Na verdade, o projeto que ele mandou é um projeto eleitoral. Ele acha que pode comprar o povo", declarou Lula.
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