CPI do MEC: se instalada, líder do governo diz que vai recorrer ao STF

Carlos Portinho argumenta que presidente da Casa deve respeitar ordem de comissões que foram apresentadas antes de pedido da oposição

Senador Carlos Portinho (PL-RJ), líder do governo
Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
Senador Carlos Portinho (PL-RJ), líder do governo

O líder do governo no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ ), admitiu que pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) caso a CPI do MEC , apresentada nesta terça-feira pela oposição, seja instalada.

O senador governista argumenta que há outros pedidos de abertura de comissões parlamentar de inquérito que aguardam ser abertas. Mais cedo, Portinho e o senador Plínio Valério (PSDB-AM) protocolaram um requerimento solicitando que a ordem cronológica de pedidos de aberturas dos colegiados seja respeitada.

O pedido dos senadores aliados do  presidente Jair Bolsonaro (PL) foi feito minutos após o líder da oposição, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), protocolar o pedido de abertura da comissão que quer investigar suspeitas de corrupção no MEC durante a gestão do ex-ministro Milton Ribeiro, alvo de operação da Polícia Federal na semana passada.

"Sempre há [possibilidade de recorrer ao STF]. E dessa vez Randolfe não está correndo sozinho, como na CPI da Covid", disse Portinho ao GLOBO.

No ano passado, para abrir a CPI da Covid, a oposição recorreu ao Supremo para que a Corte obrigasse a abertura da comissão. A decisão do STF foi acatada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que segurava a instalação do colegiado.

Há três CPIs que foram apresentadas antes da oposição protocolar o pedido de comissão hoje: uma do próprio Portinho, que pretende investigar obras paradas do MEC em governos passados; uma de Eduardo Girão, sobre a violência nos estados do Norte e Nordeste do país, e uma de Plínio Valério, sobre a atuação de ONGs na Amazônia.

"Chega de furar fila. Os 27 senadores lá [da oposição] valem igual aos 27 senadores que pediram as outras três CPIs na frente. Duas já lidas e que aguardam instalação desde 2019", disse Portinho.

O senador afirmou que comunicou a Pacheco sobre o requerimento que iria apresentar, caso a oposição protocolasse o pedido da CPI do MEC. No entanto, apesar da movimentação dos governistas, Pacheco não deve acatar o pedido de Portinho, já que o regimento interno do Senado não obriga que as CPIs sejam instaladas pela ordem que foram apresentadas.

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