Sergio Moro ainda não definiu se vai se candidatar nas Eleições de 2022. Em um pronunciamento realizado hoje em Curitiba, o ex-juiz e ex-ministro anunciou que deve percorrer o Paraná antes de decidir qual cargo vai pleitear.
"Há muitos questionamentos se eu vou ser candidato a deputado, senador, governador. Meu objetivo é rodar o Paraná. Essa decisão vai ser tomada com o União Brasil", disse.
"Acima de tudo, quem vai decidir isso é a população paranaense, ouvindo-os, vendo o que eles têm, seus relatos, são eles é que vão decidir qual vai ser meu destino dentro da política paranaense."
Moro tentou se candidatar ao senado por São Paulo, mas o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) não permitiu a transferência de domicílio eleitoral com base no entendimento de que ele não tem vínculos com o estado. A decisão cabe recurso.
Ao ser questionado sobre o precalço, ele negou que tenha sido 'engolido' pela política, e se colocou à disposição da população do estado.
"Niguém me engoliu, estou no maior partido do país, com um projeto presidencial, no meu Paraná, colocando meu nome à disposição. Independentemente do que aconteça, eu sempre vou defender as mesmas bandeiras", disse.
"Hoje, concordo que a preocupação das pessoas é economia, inflação, falta de emprego, mas a gente não consegue resolver se não tiver um projeto modernizador para o país, que exige reformas, integridade na política, combate a corrupção. Eu não perdi nada, ao contrário, estou aqui e vou continuar defendendo as mesmas coisas. Não desisto do Brasil. Nada vai me deter."
No Paraná, ele acredita que não terá nenhum problema relacionado ao domicílio eleitoral, e classifica como 'tentativas de tapetão' as iniciativas contra sua eventual candidatura.
"Tudo isso é bobagem, uma tentativa de tapetão. Existe resistência do mundo político que não quer transformação, reforma. Integridade na política. Mas existe um risco zero [de problemas com o domícilio eleitoral]."
Uma das possibilidades é a candidatura ao senado pelo Paraná, onde teria Álvaro Dias (Podemos), um de seus "padrinhos políticos" como adversário. O Planalto foi inviabilizado com a troca de partido, já que o União Brasil já escolheu o seu presidente, Luciano Bívar, como pré-candidato.
Na disputa como deputado federal, Deltan Dallagnol (Podemos), ex-coordenador da Lava Jato no Paraná, pode ser um dos adversários. "Eu o respeito muito, não há chance de conflito. Há espaço, acredito que a população paranaense reconhece que a Lava Jato trouxe orgulho para o Paraná. Não é por acaso que foi feita aqui. Tínhamos apoio do Brasil inteiro, vamos lembrar da manifestação da Av. Paulista, mas tivemos o contínuo apoio da população paranaense. Aquilo colocou o Paraná no centro dos acontecimentos do país por quatro anos, da onda de corrupção que varreu a América Latina. Tenho certeza que a população paranaense reconhece os méritos da operação", disse.
"Em que pese muitos revezes, que não entendemos bem, mas entendemos que bandidos estão sendo colocados soltos, e sendo permitidos que concorram a eleição. Um perigo para o Brasil. Mas a população reconhece: a corrupção existiu, é grave, e tem que ser combatida. É por isso que pessoas como eu estão na política. "
'Suspense'
Moro diz que o partido deve manter o 'suspense' sobre o cargo ao qual ele deve se candidatar, ao menos até as prévias do partido, enquanto ouve 'os problemas das pessoas'.
"Vamos manter esse suspense, esperar as convenções, não é uma decisão minha, mas também do partido e dos paranaenses. Vamos ouvir os problemas das pessoas e descobrir qual a melhor forma de colaborar. Manteremos esse suspense e logo mais, nas convenções partidárias, isso vai ser definido.
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