Campanha de Lula aposta em ironia para responder ataques bolsonaristas
PT quer mirar apenas nas fake news que furem a bolha de apoiadores de Bolsonaro
A comunicação da campanha do ex-presidente Lula traça como estratégia utilizar de ironia para responder aos ataques da rede bolsonarista e reagir apenas às fake news que furarem a bolha de apoiadores do adversário Jair Bolsonaro.
A comunicação do petista está sob nova coordenação a partir desta semana. O prefeito de Araraquara, Edinho Silva, e o deputado federal, Rui Falcão, vão dividir o comando.
A campanha do petista reconhece que as redes sociais de Lula não vão chegar ao mesmo alcance de público das redes do presidente Jair Bolsonaro. Petistas argumentam que não vale a pena entrar em um submundo da internet para tentar competir com Bolsonaro e ponderam que as estruturas de disseminação da extrema direita vêm sendo construídas há quase 10 anos.
Com isso, o PT decidiu mirar os temas que exigem resposta e trabalha com uma métrica que monitora a disseminação de notícias falsas ou de postagens críticas ao ex-presidente. Quando a postagem não se alastrar para além do público bolsonarista, o conteúdo será ignorado pela campanha de Lula.
Se o material atingir um índice muito alto de compartilhamentos, a campanha vai responder, mas evitando citar Jair Bolsonaro. O conteúdo vai expor problemas da realidade brasileira atual e comparar com feitos do governo Lula.
Os novos vídeos petistas vão explorar principalmente o sarcasmo e símbolos para alfinetar o atual presidente da República indiretamente.
A nova inserção de campanha em vídeo para as redes sociais já aposta na estratégia e afirma: “Cuidado, porque se o Lula voltar, aquele comunismo vai voltar. E aí, a gasolina pode voltar a custar 3 reais, o gás pode voltar a custar 35 reais. A conta de luz pode voltar ao normal e pode até voltar a ter comida todo dia para todo mundo. Porque se esse Lula voltar, e aquele comunismo voltar, pode voltar o pleno emprego, pode voltar ao Supremo e às Forças Armadas e o verde amarelo pode até voltar a ser admirado no mundo”.
O vídeo mostra diversas imagens de Lula durante o governo dele, além de capas de jornais e revistas da época.
A lembrança do legado de Lula será o principal tema explorado pelos marqueteiros. Integrantes da campanha afirmam que “novas promessas não teriam a mesma força” que a bagagem do ex-presidente.
A nova coordenação de comunicação do ex-presidente também quer unificar todas as redes sociais do PT e de Lula em um mesmo chapéu, sob a mesma estratégia.
A campanha de Lula ainda tem como desafio se aproximar mais do público mais jovem, que tem pouca ou nenhuma lembrança do governo petista. Para isso, a comunicação quer bater na tecla do “país das oportunidades”, como acesso às universidades para todos e geração de emprego.
A menos de cinco meses das eleições, Lula ainda não entrou no TikTok, rede social popular entre os mais jovens. O ex-presidente também investe pouco em transmissões ao vivo ou stories do Instagram, que tendem a aumentar a proximidade com o público. O Twitter do pré-candidato ainda apresenta postagens com pouca frequência e pouca interação com outras contas.
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