O pré-candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, afirmou que vai taxar heranças progressivamente, caso seja eleito no pleito desde ano. A proposta segue a mesma linha da taxação de grandes fortunas defendida pelo pedetista. Ele já havia abordado o assunto em sua campanha na última eleição, em 2018.
— O que eu vou propor? Primeiro, vou falar o que pretendo fazer antes para transformar a eleição, não em uma escolha de Chico, Maria ou Manoel, [mas] em um plebiscito programático, em que eu vou dizer: vou tributar progressivamente as heranças, em linha com as melhores práticas internacionais — afirmou, dizendo que fará “um pente fino”, mesmo que isso “atraia antipatias”.
Segundo o pré-candidato, ele pretende, caso seja eleito, fazer uma reforma tributária logo nos primeiros seis meses de governo. A afirmação foi feita durante evento virtual do banco BTG Pactual, nesta quarta-feira.
Ciro disse também que votou em Fernando Haddad (PT) no segundo turno da eleição de 2018, quando o petista disputou o planalto contra o atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL). Na ocasião, o pedetista, que também era candidato na época e foi derrotado no primeiro turno, viajou para Paris e foi alvo de críticas por não ter apoiado a campanha do ex-prefeito de São Paulo.
O pedetista disse que, embora tenha viajado, votou no adversário, mas logo completou que prometeu nunca mais fazer “campanha para bandido nesse país”.
— Eu não fui para Paris para não votar. Eu votei e votei no Haddad. Agora, eu nunca mais farei campanha para bandido nesse país nem que o pau tore. Por isso que eu tenho que estar no segundo turno — afirmou.
A resposta de Ciro foi dada após ele ser questionado o que faria em eventual segundo turno entre Bolsonaro e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A fala diverge do que o pedetista respondeu em entrevista recente ao GLOBO, que, questionado sobre o cenário, fez menção a 2018.
As pesquisas de intenção de voto têm mostrado Lula e Bolsonaro à frente dos demais pré-candidatos. Nas sondagens mais recentes, Ciro aparece em empate técnico com o ex-juiz Sergio Moro. Ao ser perguntado sobre a disputa, o pedetista lembrou que no início de 2018 as pessoas minimizavam Bolsonaro como candidato — e que mesmo assim foi eleito.
— Em fevereiro, ninguém dava a melhor bola, fomos minimizando o risco Bolsonaro. Veio uma facada e pronto, virou o presidente do Brasil — afirmou, completando: — Eu acho que existe um elemento instável que é o nosso povo. Nosso povo é induzido para cá, é constrangido para lá, mas sistematicamente, e a gente não aprende, tem se revelado rebelde diante das coisas.
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