O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou, nesta terça-feira, sua disposição em dialogar com políticos que votaram a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016 . Nas palavras do petista, "é preciso pensar no Brasil a partir de 2023 e não no Brasil de 2014 e 2015".
“Se não é para conversar com quem não votou no impeachment da Dilma, você não tem com quem conversar porque 90% da classe política votou no impeachment. Se eu ficar pensando só nisso, eu então estou paralisado diante da política”, disse o presidenciável em entrevista à Rádio Banda B, de Curitiba.
Lula também voltou a falar sobre uma eventual aliança com seu ex-rival político, Geraldo Alckmin, que deixou o PSDB e é o político mais cotado para assumir a cadeira de vice na chapa petista . O petista disse não ver "nenhum problema" em se aliar ao antigo adversário, mas ressaltou que não ainda não há definição sobre o assunto.
“Se o Alckmin como meu vice me ajudar a governar, não vejo nenhum problema dele ser meu vice. As divergências serão colocadas de lado, porque o desafio, mais que ganhar, é consertar o Brasil”.
Reforma Trabalhista
O ex-presidente voltou a criticar a reforma trabalhista aprovada durante o governo de Michel temer, em 2017 . Segundo ele, a reforma foi uma mera “destruição" dos direitos outrora conquistados pelos trabalhadores durante os governos do Partido dos Trabalhadores.
“Em 2014 o desemprego era baixo e a previdência superavitária. As reformas que alguns desejam é desmontar o estado brasileiro. Vender, como estão fazendo com fábrica de fertilizantes, gasodutos e previdência. Precisamos voltar a discutir uma política trabalhista que dê ao trabalhador o direito de ser tratado com decência, dele ser respeitado, ter acesso a saúde, em especial quando sofre um acidente e não pode trabalhar. Queremos repor os direitos dos trabalhadores brasileiros (...) Muita coisa terá que ser revisada quando a gente voltar ao governo."