O presidente Jair Bolsonaro voltou a alfinetar governadores e prefeitos pelas medidas em relação à pandemia da Covid-19. Antes de uma cerimônia oficial na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), neste sábado, o mandatário defendeu que não sejam feitas festas de carnaval no ano que vem, mas disse que a decisão ficará a cargo dos chefes dos Executivos estaduais e municipais.
"Eu não vou sair pro carnaval. Pergunte para os governadores. Eduardo Paes (prefeito do Rio) já anunciou. Se eu falar que não, ele vai falar o que pra mim? Que não vai cumprir meu decreto. Pergunta pra ele e não pra mim", disse Bolsonaro à "CNN Brasil".
Na última quinta-feira, ao ser questionado sobre as novas restrições na Europa devido ao aumento de casos de Covid-19 naquele continente, Bolsonaro respondeu que não deveria haver festas do tipo no ano que vem. Na ocasião, porém, disse que o Brasil não deve adotar medidas restritivas — posição que manteve ao longo de toda crise sanitária.
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Neste sábado, o presidente também evitou comentar o anúncio do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, de fechar as fronteiras aéreas para seis países africanos, devido a uma nova variante do novo coronavírus, detectada na África do Sul. A medida segue orientação da Anvisa.
Ao ser questionado sobre a determinação, Bolsonaro, que havia se declarado contrário ao fechamento das fronteiras aéreas, fez referência à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de abril de 2020, que garantiu autonomia a estados e municípios para determinar medidas para conter o avanço do novo coronavírus.
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"Não é Anvisa que decide? Pergunta pra Anvisa. Ponto final. Eu não tenho opinião. Eu sou um presidente que não tenho como decidir as questões voltadas à pandemia. Quem decide é o Supremo", disse.
Bolsonaro participou na manhã deste sábado da formatura de aspirantes a oficial na Aman. Ele estava acompanhando do vice-presidente, Hamilton Mourão, e dos ministros Walter Braga Netto, da Defesa, e Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria-Geral da Presidência. Os deputados federais Helio Lopes (PSL-RJ) e Major Vitor Hugo (PSL-GO), assim como o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, também estavam presentes na cerimônia.