O ex-juiz Sergio Moro debochou do argumento usado por seus críticos de que suas decisões na Operação Lava Jato tiraram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da disputa eleitoral em 2018, favorecendo Jair Bolsonaro. Condenado em segunda instância no caso do triplex do Guarujá, Lula estava inelegível durante o pleito.
"Eu proferi uma sentença contra o presidente em 2017, baseado em provas, fatos, na lei", defendeu Moro, em entrevista ao Jornal da CNN
desta terça-feira (23).
"Ele insistiu [na eleição] quando estava inelegível e, no fundo, ele foi poupado de uma derrota porque havia na memória das pessoas muito claro, não só esses modelos de corrupção do Partido dos Trabalhadores, mas a grande recessão de 2014 e 2016", acrescentou.
Em 2018, o PT chegou ao segundo turno da eleição com o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Após a vitória do presidente Jair Bolsonaro, Moro aceitou ser ministro da Justiça dele, cargo que ocupou até romperem em abril do ano passado.
Quanto a Lula, neste ano os processos que tramitavam na Justiça Federal de Curitiba foram anulados após o Supremo Tribunal Federal (STF) declarar a corte incompetente para fazer tais julgamentos. O STF julgou ainda que Moro agiu com suspeição nos processos.