A Polícia do Senado enviou as informações colhidas durante apuração preliminar sobre a suposta "rachadinha" envolvendo o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), para investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR).
As diligências começaram após o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) pedir ao à Polícia Legislativa providências para apurar "a veracidade dos fatos narrados" em uma reportagem da revista Veja, publicada no dia 29 de outubro, que denunciou a suposta rachadinha de Alcolumbre.
Em nota enviada ao ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso no Supremo, a Advocacia do Senado diz que a Polícia Legislativa "intimou tanto as ex-servidoras entrevistadas pela reportagem quanto o servidor mencionado" e repassou o caso para a PGR quando surgiram elementos de informações que mencionavam acusações contra autoridade com foro por prerrogativa de função.
A solicitação de investigação veio depois da Veja relatar que o senador recebeu pelo menos R$ 2 milhões por meio do esquema de corrupção conhecido como 'rachadinha'. Segundo a reportagem, seis mulheres foram contratadas como assessoras, mas nunca trabalharam no Senado e a única função delas era repassar os salários para o senador.
As mulheres tinham vencimentos entre R$ 4 mil e R$ 14 mil, porém, não recebiam os valores de forma integral. Após serem admitidas, as funcionárias fantasmas abriam uma conta em um banco e entregavam o cartão a uma pessoa de confiança do senador que sacava os salários e benefícios a que teriam direito.
Alcolumbre disse desconhecer o esquema de "rachadinha" em seu gabinete. "Nunca, em hipótese alguma, em tempo algum, tratei, procurei, sugeri ou me envolvi nos fatos mencionados, de que somente tomei conhecimento agora, por ocasião desta reportagem".