Google rejeita pedido de CPI e diz que não pode fornecer dados de Bolsonaro
Comissão aprovou quebra de sigilo telemático do chefe do Executivo nacional de abril do ano passado até outubro
Provocado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, o Google Brasil disse que não pode fornecer os dados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Antes de concluir seus trabalhos, o colegiado aprovou a quebra do sigilo telemático do chefe do Executivo nacional de abril do ano passado até agora.
Segundo a CNN Brasil, o Google justificou que a discussão sobre o fornecimento desses dados tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Em defesa de Bolsonaro, a Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou um mandado de segurança na Corte
para impedir o compartilhamento das informações.
“Desse modo, até que sobrevenha decisão quanto ao pedido formulado no mandado de segurança em questão, a Google respeitosamente entende que está impossibilitada de executar a quebra de sigilo telemático objeto do Requerimento aprovado por essa Comissão Parlamentar de Inquérito em 26 de outubro último”, disse a plataforma à CPI.
A publicação detalha que a comissão havia requerido “registros de conexão (IPs), informações de Android (IMEI), cópia integral de todo conteúdo armazenado no YouTube, inclusive informações de acessos e relativas a todas as funções administrativas e de edição, e a suspensão do acesso a(s) conta(s) do Presidente da República no YouTube”, que pertence ao Google.
Além disso, a CPI tenta suspender as contas de Bolsonaro nas redes sociais após a transmissão ao vivo em que ele associou a vacina contra a Covid-19 a Aids, mentira que gerou repúdio da comunidade científica, da classe política e até punições - o presidente ficou proibido de postar no Youtube por uma semana.
Como a CPI se dedicou a investigar as ações e omissões do governo no combate à pandemia
, a disseminação de fake news relacionada ao assunto sempre esteve no radar dos senadores. O colegiado pediu o indiciamento de Bolsonaro por nove crimes, como prevaricação, emprego irregular de verbas públicas, charlatanismo e falsificação de documento particular.